PSDB-SP já faz campanha para FHC em caso de novas eleições
Em vídeo, presidente do PSDB-SP afirma que não dá para ficar em cima do muro diante das acusações contra o presidente Temer
Talita Abrantes
Publicado em 24 de maio de 2017 às 11h58.
Última atualização em 24 de maio de 2017 às 12h00.
São Paulo – Se na esfera nacional, o PSDB adiou o desembarque do governo de Michel Temer , no âmbito local, os tucanos paulistas já começam a esboçar campanha para uma eventual candidatura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em caso de impeachment, renúncia ou cassação de Temer.
Em vídeo publicado na rede social Facebook na manhã de hoje, o deputado estadual Pedro Tobias, que é presidente do PSDB-SP, defende a candidatura do ex-presidente para uma eventual eleição e afirma que não há perdão para os supostos crimes praticados pelo peemedebista.
“Não vejo alguém melhor que Fernando Henrique, vamos tentar convencer ele a aceitar essa missão complicada e difícil para o Brasil”, afirmou. “Com Fernando Henrique, com certeza, vamos ajudar o Brasil”.
Ele começa o vídeo dizendo que não pode ficar em cima de muro diante das acusações que pesam contra o presidente Temer. “Que aconteceu gravação com o presidente da República, isso é muito grave e não tem perdão”, disse.
Após uma intensa ofensiva no final de semana, o presidente Michel Temer conseguiu alargar o prazo de negociação com a base aliada. O PSDB, que é uma legenda chave para uma eventual debandada, foi o responsável pela primeira vitória de Temer no Congresso depois das delações dos executivos do grupo J&F.
Na tarde de ontem, em uma tumultuada sessão na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, a tramitação da reforma trabalhista teve seu primeiro avanço na Casa.
Isso não significa, contudo, que o pior tenha passado para o governo de Michel Temer. Nos bastidores, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo desta quarta, crescem entre os partidos membros da base aliada a percepção que o peemedebista não tem condições de se manter no poder. E alguns nomes já estão sendo cogitados em caso de eleição indireta.
Além de FHC, Nelson Jobim (PMDB) e o senador Tasso Jereissatti (PSDB) despontam como nomes fortes para uma eventual candidatura. Há quem aposte também no nome do atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e até da presidente do STF, Cármen Lúcia.