Propina reinante; JBS compra nos EUA…
Emílio: propina reinante O patriarca da família Odebrecht e presidente do conselho de administração, Emílio Odebrecht, afirmou nesta segunda-feira que o sistema de pagamento de propinas a políticos existia na companhia desde o tempo do pai dele, Norberto, que começou os negócios em 1944. Emílio prestou depoimento à Justiça como testemunha de defesa de seu […]
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2017 às 06h23.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h18.
Emílio: propina reinante
O patriarca da família Odebrecht e presidente do conselho de administração, Emílio Odebrecht, afirmou nesta segunda-feira que o sistema de pagamento de propinas a políticos existia na companhia desde o tempo do pai dele, Norberto, que começou os negócios em 1944. Emílio prestou depoimento à Justiça como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo, na ação que investiga o pagamento de propinas na contratação de sondas de exploração do pré-sal pela Petrobras. Durante o depoimento, que durou pouco mais de meia hora, Emílio explicou que esse sempre foi o “modelo reinante” na política nacional e que sua companhia pagou “com certeza” propina destinada ao caixa dois de “todos os partidos políticos”.
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Time que ganha
Ao retornar ao trabalho, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, reagiu às acusações que sofreu no período que estava afastado da pasta. Disse que citação nas delações premiadas da Lava-Jato “não é motivo para nada”, muito menos uma saída do governo. “Em time que está ganhando não se mexe”, afirma. Questionado por jornalistas se faria uma defesa pública mais detalhada das suspeitas que pesam contra ele, disse que não vai falar sobre “o que não existe”. Segundo as acusações em questão, o ministro é acusado de ter recebido na época da campanha de 2014 cerca de 4 milhões de reais em propinas da empreiteira. Padilha se reuniu com Michel Temer e líderes do Congresso para retomar a articulação na reforma da Previdência.
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Estabilidade política
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral e ministro do Supremo, Gilmar Mendes, confirmou que a “estabilidade política” será fator considerado por ministros no julgamento da cassação da chapa Dilma-Temer. Em outras palavras, haverá tendência de absolvição do presidente caso os juristas considerem que os efeitos de sua queda serão nocivos para o cenário de calmaria na política do país. “Em todas as circunstâncias, nós levamos em conta [a estabilidade]. Mas não que isso vá presidir o julgamento, é um julgamento complexo.” Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, os ministros do TSE admitem nos bastidores que depoimentos da Odebrecht reforçam a tese da cassação, mas ponderam “risco à conjuntura do país”. A maioria, de acordo com o jornal, entende que a deposição de Temer do Palácio do Planalto “aprofundaria a crise política” e que é preciso “cuidar do país”.
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JBS compra nos EUA
A fabricante de alimentos JBS anunciou ontem à noite a compra das operações americanas da processadora de carne Plumrose por 230 milhões de dólares. A empresa comprada tem cinco fábricas e dois centros de distribuição, fatura cerca de 500 milhões de dólares e é conhecida principalmente por embutidos e carnes enlatadas. A companhia era parte do grupo dinamarquês Danish Crown, que vinha dando prioridade aos negócios na Europa. A JBS divulgou resultados anuais ontem, e reportou faturamento de 170 bilhões de reais (4,6% a mais que em 2015) e lucro de 376 milhões (queda de 92%).
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O pior do G20
O crescimento econômico dos países do G20 desacelerou no quarto trimestre do ano passado, na comparação com o trimestre anterior. Segundo um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o PIB das 20 maiores economias do planeta cresceu 0,7% entre outubro e dezembro, ante o avanço de 0,8% nos três meses anteriores. Individualmente, o país de melhor desempenho foi a Austrália, com expansão de 1,1%. Na outra ponta, o Brasil teve o pior resultado, com a contração de 0,9%. Em 2016, o crescimento do PIB do G-20 foi de 3% — uma queda em relação aos 3,3% registrados em 2015.
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Holanda x Turquia
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, expulsou o embaixador holandês do país, ameaçou impor sanções à Holanda e disse ainda que vai denunciar o país à Corte Europeia de Direitos Humanos. As desavenças começaram após um comício de dois ministros turcos sobre a reforma constitucional do país ter sido impedido de ocorrer em Roterdã no fim de semana. O governo holandês também impediu que um chanceler turco pousasse em seu território, mas justifica as proibições por questão de segurança, devido a protestos marcados contra o comício. Ao comentar o caso, Erdogan disse que os holandeses se comportaram como “uma república das bananas” e como “seguidores nazistas”.
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Trumpcare: 24 milhões sem plano
O Comitê de Orçamento do Congresso americano divulgou relatório mostrando que 24 milhões de pessoas podem perder seu plano de saúde com o fim do Obamacare, sistema de subsídios implantado pelo ex-presidente Barack Obama. Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, anunciou o American Health Care Act, que diminui alguns dos subsídios dados aos mais pobres e aumenta a ajuda governamental às pessoas de renda maior. O projeto é criticado até mesmo pelos republicanos por não cortar gastos governamentais no setor. Na semana passada, a primeira versão do texto passou em duas comissões na Câmara, e democratas acusam os republicanos de estarem correndo para aprovar o texto sem discutir os problemas da lei.
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Escócia: referendo já
A premiê da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que vai tomar as medidas necessárias para realizar um segundo referendo sobre a permanência da Escócia no Reino Unido. A líder escocesa pedirá autorização ao Parlamento na próxima semana, e o objetivo é que a votação ocorra entre o segundo semestre de 2018 e o primeiro de 2019. Em 2014, a Escócia já havia realizado um referendo desse tipo, mas na ocasião a população decidiu ficar por causa do acesso à União Europeia — agora, com a saída do Reino Unido do bloco, a situação muda de figura. Sturgeon classificou a condução do Brexit pela colega Theresa May como “muro de intransigência”.
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Intel: 15 bi para os carros autônomos
A fabricante de chips e processadores Intel anunciou a compra da startup israelense Mobileye, que produz sensores para carros autônomos. A aquisição custou 15,3 bilhões de dólares, valor 34% maior do que o preço atual das ações da Mobileye, que é dona de 70% do mercado mundial de softwares para condução autônoma. A fusão deve ser concluída em até nove meses. É o maior negócio envolvendo uma empresa israelense de tecnologia e a maior compra da história no setor de condução autônoma. A Intel busca expandir sua participação no setor e já tem uma parceria com a montadora BMW para produzir equipamento para veículos sem motorista.