Projeto sugere aumentar Fies em 170 mil vagas cortando isenções do IR
A proposta muda a Lei do Fies e prevê que, em 2021, sejam oferecidas 170 mil novas vagas de financiamento, além das já previstas pelo Ministério da Educação
André Martins
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 14h17.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2021 às 17h09.
O Projeto de Lei nº 3.865/20, do deputado Moses Rodrigues (MDB-CE), busca ampliar a oferta de vagas de financiamento estudantil por meio do Fies com a revogação de isenções de rendimentos auferidos em algumas aplicações financeiras.
A proposta muda a Lei do Fies e prevê que, em 2021, sejam oferecidas 170.000 novas vagas de financiamento, além das já previstas pelo Ministério da Educação.
“É fundamental adequar temporariamente o modelo do Fies às circunstâncias que vivemos no curto e no médio prazo”, explica o deputado, ao sugerir que o aumento de vagas seja adotado enquanto durar a emergência internacional decorrente da pandemia do novo coronavírus.
Equilíbrio orçamentário
“Cada 1 bilhão de reais corresponde a, aproximadamente, 85.000 vagas novas de Fies, conforme se depreende do estoque de capital do FG-Fies e dos quantitativos que têm sido previstos nos últimos anos para o fundo”, calcula o parlamentar. Partindo dessa estimativa, o custo das novas 170.000 vagas seria de aproximadamente 2 bilhões de reais.
Para garantir o equilíbrio orçamentário da proposta, Rodrigues sugere a extinção de algumas isenções de imposto de renda, como sobre ganhos com ações em bolsa de valores, letras de crédito imobiliário e do agronegócio.
“Reconhecemos a importância que esses incentivos tiveram no estímulo à poupança no país, mas pensamos que se tornaram excessivamente benéficos em comparação com os demais investimentos de renda fixa e variável, sendo razoável que deem lugar a uma política educacional de suma importância para o crescimento de nossa nação”, avalia o deputado.
Para evitar reclamações de violação a direito adquirido, o parlamentar ressalta que o projeto garante a isenção para rendimentos decorrentes de fundos de investimento, títulos de crédito e ações adquiridos até 31 de dezembro de 2020.
A proposta, apresentada no ano passado, também previa vagas a mais no Fies em 2020.