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Prisão de Lula provoca nas redes temor por Bolsonaro presidente, diz FGV

A maior parte dos usuários critica a "desigualdade" nos processos judiciais e se diz preocupada com a possibilidade de ascensão de Jair Bolsonaro

Bolsonaro: ascensão do deputado federal na corrida eleitoral preocupa, diz pesquisa (Rodolfo Buhrer/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de abril de 2018 às 17h09.

São Paulo - Um estudo da Fundação Getúlio Vargas/DAPP (Diretoria de Análise de Políticas Públicas) sobre a reação das redes sociais à prisão de Lula revela que 5,6 milhões de menções ao caso foram feitas ao longo desta semana somente no Twitter.

Do total, a maior parte dos usuários critica a "desigualdade" nos processos judiciais sobre corrupção e se diz preocupada com a possibilidade de ascensão do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) nas eleições presidenciais de 2018.

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O grupo que aparece em laranja nos gráficos de volume de pessoas que comentam a prisão de Lula nas redes corresponde a 42,46% das manifestações no Twitter.

Segundo a FGV /DAPP, são pessoas que se mostram "muito preocupadas a possível eleição de Bolsonaro como presidente frente à prisão de Lula, único candidato que impedia o deputado de se tornar o nome mais cotado para ganhar em outubro".

O nome do deputado se destaca em outro grupo, em azul - 23% dos perfis, que corresponde a pessoas que 'comemoram a prisão (de Lula) e criticam petistas e partidos de esquerda'.

"Também defendem o comandante general Villas Bôas e criticam o posicionamento da esquerda de polemizar a postagem do mesmo", explica a FGV, em alusão à mensagem que o militar tuitou apontando para a 'impunidade' na véspera do julgamento no Supremo do habeas corpus preventivo de Lula.

"Dentre seus principais influenciadores encontramos o perfil do deputado federal Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP), o pré-candidato Jair Bolsonaro (@jairbolsonaro) e o perfil @Desesquerdizada, contando com 15.477, 3.996 e 3.840 retuítes", pontua o estudo.

Praticamente empatado, ocupando 23,18% das redes no debate em torno da prisão do ex-presidente, há o grupo vermelho, que , segundo a FGV, é "formado por membros da esquerda tradicional, contando inclusive com o pré-candidato do PsoL @ GuilhermeBoulos como principal influenciador, que teve 21.163 retuítes durante o período".

"O segundo principal influenciador foi um perfil de apoio ao petista Fernando Haddad, @Haddad_Femando, com 5.795 tuítes, sendo seguido por @zeantoniotoledo com 3.293 retuítes."

A minoria, de 5% dos usuários, "se coloca favorável a ações contra a corrupção como a Lava Jato, a despeito de qualquer identificação partidária", segundo o estudo.

A FGV/DAPP ainda pontua que o grupo verde no gráfico comemora a prisão de Lula porque julga ser o início da responsabilização de crimes de corrupção, dizendo que Temer, Aécio e Jucá 'seriam os próximos'.

Os perfis dos jornalistas André Trigueiro e Marcelo Tas e do jornal Folha de S. Paulo nas redes são os principais influenciadores, com 2951 retuítes de outros usuários.

Para o estudo, o "debate econômico desta semana colocou no centro da discussão temas como desemprego, crescimento econômico e inflação".

"A prisão do ex-presidente Lula predominou e fortaleceu o debate entre direita e esquerda econômica, com a disputa entre qual governo responsabilizar pelo número de desempregados no país. As ponderações realizadas pelos usuários trataram sobre os fatores que contribuem para o que eles avaliam como difícil recuperação econômica do país. A troca dos ministros da Fazenda e de Minas e Energia também repercutiu no mercado e no debate quanto às expectativas de desempenho dos indicadores econômicos tanto do Brasil quanto da Eletrobras", afirma.

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