Principal suspeita do derramamento de óleo, Delta Tankers pede evidências
Empresa se defende das acusações de que seria a responsável pelo maior desastre ambiental do Brasil
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de novembro de 2019 às 15h21.
São Paulo – A Delta Tankers, dona do navio-tanque NM Bouboulina, apontado como o principal suspeito de ter derramado o óleo que desde o fim de agosto atinge o literal do Nordeste , afirmou que não há evidências de que a embarcação tenha parado ou transferido petróleo para outra embarcação durante seu percurso entre a Venezuela e Melaka, na Malásia. A empresa se manifestou por meio de nota, divulgada em seu site neste sábado, 2.
Segundo o posicionamento, a companhia "realizou uma pesquisa completa do material nas câmeras e sensores que todos os navios carregam como parte de sua segurança e políticas ambientais, para monitorar as atividades a bordo, as atividades ao lado da embarcação, bem como as alternâncias de curso, paradas, velocidade etc". Segundo a empresa, nenhuma irregularidade foi encontrada.
A empresa afirmou que todo o material será entregue às autoridades brasileiras, caso a companhia seja procurada. "Até agora, esse contato não foi feito", acrescentou a empresa.
Por fim, a Delta Tankers reiterou que a embarcação partiu da Venezuela em 19 de julho e foi direto para Melaka, "onde descarregou toda a carga sem qualquer falta".
Após um rastreamento por satélites, a Procuradoria da República no Rio Grande do Norte e a Polícia Federal apontam que o NM Bouboulina, de bandeira grega carregado de petróleo venezuelano, é o principal suspeito de ser a fonte do óleo que tem aparecido em várias praias nordestinas. Para obter mais provas, a PF deflagrou na sexta-feira, dia 1º, a Operação Mácula, mirando em empresas que estariam ligadas ao petroleiro no Brasil.
A representação do MPF do Rio Grande do Norte, assinada pelos procuradores Victor Manoel Mariz e Cibele Benevides Guedes da Fonseca, diz que há "fortes indícios" de que a Delta Tankers, o comandante do navio mercante e a tripulação deixaram de informar às autoridades acerca do derramamento de petróleo cru no Atlântico.