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O primeiro protesto contra Doria

Todo início de ano, o aumento das tarifas de transporte público esquenta os ânimos nas prefeituras Brasil afora. Como o lucro das concessionárias é fixo e está vinculado à inflação, os cofres públicos têm de incorporar o prejuízo. Ato contínuo, vem a reação dos movimentos sociais. Em São Paulo, o mais vigoroso deles é o […]

João Doria: milionário e candidato mais rico entre os que disputam o governo de São Paulo em 2018
DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 05h59.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h26.

Todo início de ano, o aumento das tarifas de transporte público esquenta os ânimos nas prefeituras Brasil afora. Como o lucro das concessionárias é fixo e está vinculado à inflação, os cofres públicos têm de incorporar o prejuízo. Ato contínuo, vem a reação dos movimentos sociais. Em São Paulo, o mais vigoroso deles é o Movimento Passe Livre (MPL). Neste ano, a primeira manifestação do grupo acontece nesta quinta-feira, saindo em passeata da Praça dos Ciclistas, na Avenida Paulista, até a casa do prefeito João Doria (PSDB), no Jardim Europa.

Durante a campanha, o tucano Doria prometeu que não aumentaria a tarifa de ônibus, sem explicar de onde tiraria o dinheiro para repor os custos do sistema. Encontrou-se, então, uma solução mambembe. Em dezembro, o governador do estado e aliado, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou que os valores de integração entre ônibus, metrô e trens subiriam de 5,92 para 6,80 reais e os valores de tíquetes mensais para os mesmos transportes aumentaria de 140 para 190 reais.

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Dia 6 de janeiro, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar impetrada pelo PT para barrar o reajuste, que prejudicaria justamente os passageiros que mais utilizam o sistema de transporte.

O MPL entende que ainda não há “segurança” de que os aumentos não venham a acontecer, porque o governador e o prefeito demonstraram que pretendem brigar pelo reajuste até as últimas circunstâncias na Justiça. “Só vamos cancelar as manifestações caso haja revogação total do reajuste”, afirma Francisco Bueno, porta-voz do Passe Livre de São Paulo.

O impacto estimado para que o prefeito cumpra sua promessa de não mexer nos valores é de 1 bilhão de reais aos cofres municipais. Em 2017, sem aumento, os subsídios pagos às empresas giram em torno dos 3 bilhões de reais. A prefeitura ameaça ainda rever gratuidades concedidas a idosos e desempregados, que hoje têm tarifa zerada. Doria não declarou se estará em casa para receber integrantes do MPL.

Não é a primeira promessa que Doria ameaça voltar atrás. Depois de eleito, declarou que poderia revogar a volta da velocidade das marginais Tietê e Pinheiros “se necessário”. Outra polêmica foi a Virada Cultural, que até agora não se sabe se será realizada no centro da cidade, como antes, ou no Autódromo de Interlagos, como queria o prefeito. Doria prometeu também congelar “tributos municipais”. Logo depois, voltou atrás e disse que será necessários repor a inflação no IPTU. As pressões para cumprir essas e outras promessas, naturalmente, vão acontecer ao longo de seu governo. A ver como o “não-político” Doria lida com elas.

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