Lee Wan-koo: o número dois do governo, designado diretamente pela presidente, pôs seu cargo à disposição na última terça-feira (Park Chul-hong/Yonhap/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de abril de 2015 às 10h48.
Seul - A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, aceitou nesta segunda-feira a renúncia do primeiro-ministro do país, Lee Wan-koo, que informou sobre sua saída do cargo na semana passada, após denúncia de que teria aceitado um suborno.
A presidente "aceitou formalmente a renúncia", informou um porta-voz do partido Saenuri à agência sul-coreana "Yonhap" após Park chegar em Seul depois de visitar o Brasil, última escala de um tour de 12 pelas América Latina.
O número dois do governo, designado diretamente pela presidente, pôs seu cargo à disposição na terça-feira passada ao se ver atingido por um obscuro caso que começou a ser revelado em 9 de abril, com o suicídio de um empresário do setor da construção chamado Sung Wang-hong.
Após se enforcar em uma montanha ao norte de Seul, o empresário deixou uma lista com os nomes de oito políticos sul-coreanos, um deles o do primeiro-ministro, ao lado da quantidade de dinheiro que supostamente ofereceu a ele em troca de favores e concessões ilícitas.
Sung assegurou na nota ter pagado ao primeiro-ministro, em 2013, um total de 30 milhões de wons (US$ 27.900) para ajudá-lo na campanha em que foi eleito deputado.
Lee Wan-koo negou todas as acusações e assegurou não ter recebido dinheiro do empresário, mas se viu forçado a apresentar sua renúncia perante as fortes críticas da oposição e grande parte da opinião pública.
O cargo será ocupado provisoriamente pelo vice-primeiro-ministro sul-coreano, Choi Kyoung-hwan, enquanto a chefe de Estado procura um novo candidato.
O até então primeiro-ministro assumiu o cargo em 16 de fevereiro em substituição de Chung Hong-won, que renunciou no ano passado devido à repercussão do naufrágio da embarcação Sewol, mas que foi restituído pois os dois candidatos apresentados não foram considerados aptos.
Paradoxalmente, Lee Wan-koo declarou no mês passado "guerra total à corrupção" em um de seus discursos.