Presidente da SRB vê crescimento do apoio a Marina
Presidente da Sociedade Rural Brasileira afirmou que o governo precisa enxergar o agronegócio como uma solução, sem o "falso dilema" entre produção e proteção
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2014 às 15h41.
São Paulo - O presidente da Sociedade Rural Brasileira, Gustavo Diniz Junqueira, disse ter ficado "muito satisfeito" com a reunião feita com o candidato a vice na chapa de Marina Silva (PSB), Beto Albuquerque, e ressaltou que o agronegócio e a campanha da ex-ministra estão "alinhados".
"Esse governo vai buscar o diálogo e não vai fazer mudanças abruptas que não tenham análises, sem conversar com os setores", disse Junqueira.
"Escutei do Beto que temos que melhorar o agronegócio e acabar com essa falsa agenda negativa. Isso passa pela sustentabilidade."
Junqueira afirmou que o governo precisa enxergar o agronegócio como uma solução, sem o "falso dilema" entre produção e proteção.
Ele afirmou também que discorda da visão de que o setor tem restrições à candidatura de Marina. "Muito pelo contrário. Eu vejo um crescimento do sul ao norte do país", disse.
Segundo Junqueira, não é possível manter o nível de produção no Brasil com as mesmas políticas.
"É preciso fazer a infraestrutura para que a gente consiga exportar. Ideias e soluções mirabolantes não funcionam, precisamos do debate", ressaltou.
No encontro, foram discutidas questões como Código Florestal, índice de produtividade, inovação e fortalecimento do Ministério da Agricultura.
Albuquerque, garantiu a representantes do agronegócio que a ex-ministra ouve as partes interessadas antes de tomar decisões, "diferentemente da atual presidente".
Durante reunião na Sociedade Rural Brasileira, além das questões inerentes ao setor, Albuquerque também foi questionado sobre o perfil de gestão de Marina e o seu papel em um eventual governo do PSB.
"Meu papel terá os limites que a presidente determinar, mas não serei um vice que apenas vai substituir a ausência da Marina. Vamos ajudar a governar, somos uma equipe", afirmou.
O candidato reiterou que gostaria de governar com os melhores de todos os partidos e que isso não exclui o PMDB. "No PMDB nós temos vários nomes que podem nos ajudar", apontou.
Albuquerque falou ainda da proposta de fortalecer o Ministério da Agricultura e de ter "na linha de frente alguém que seja acreditado pelo setor".
"A ideia é devolver a ele estatura política, fortalecimento orçamentário, importância", disse.
A política externa também fez parte da discussão e foi concordado que é preciso ampliar acordos bilaterais e olhar além do Mercosul, para aumentar as exportações. "Não temos que ficar presos a poucos mercados", ressaltou o candidato.
Ele reiterou que a prioridade do PSB é retomar o crescimento do Brasil e fazer a reforma tributária.
Albuquerque fez críticas à política de impostos da presidente Dilma Rousseff (PT) e afirmou que "a CPMF da Dilma é o IOF", que pesa na competitividade.
O candidato também fez reclamações dos adversários e disse que precisa responder a tantas "calúnias" que fica sem tempo para discutir propostas.
Confiante de que sua chapa estará no segundo turno, ele ressaltou que o "nível" dos concorrentes "pode cair ainda mais".