Presidente da CPI espera que Costa fale sobre delação
Desde o dia 29 de agosto, o ex-diretor tem detalhado à Justiça Federal do Paraná o envolvimento de políticos num suposto esquema de recebimento de propina
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2014 às 17h57.
Brasilia - O presidente da CPI mista da Petrobras , senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou nesta segunda-feira, 15, esperar que o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa fale na quarta-feira, 17, à comissão sobre a delação premiada.
Desde o dia 29 de agosto, o ex-diretor tem detalhado à Justiça Federal do Paraná o envolvimento de políticos num suposto esquema de recebimento de propina em contratos da companhia petrolífera.
Vital do Rêgo afirmou que, no início da sessão, deve defender que a sessão para ouvir Costa seja aberta.
Mas disse não descartar uma tentativa para tomar o depoimento dele numa sessão reservada.
A sugestão foi feita na semana passada, em reunião com a presença de integrantes da CPI mista e líderes de partidos que marcou a data para ouvir o ex-diretor.
"Se ele (Paulo Roberto) se sentir mais à vontade de falar numa sessão secreta, de forma a reproduzir o ambiente da delação premiada, vamos ouvir os integrantes da comissão", disse Vital do Rêgo ao Broadcast Político, serviço de tempo real da Agência Estado.
Ele antecipou a ida para Brasília para esta segunda-feira para tomar as providências para garantir a presença do ex-diretor da estatal na comissão.
Mais cedo, o juiz Sérgio Moro, que cuida da delação que está sendo feita por Paulo Roberto, afirmou que Costa, preso em Curitiba, deve ser levado a Brasília sob escolta da Polícia Federal.
O magistrado também garantiu ao ex-diretor o direito de ficar calado por ser investigado e estar acompanhado durante a audiência da CPI de um advogado.
Vital do Rêgo disse que Sérgio Moro cumpriu o que diz a Constituição ao resguardar a Costa, como réu em ação penal, o direito de não produzir provas contra si.
Questionado se tal medida pode frustrar quem espera grandes revelações, o presidente da comissão respondeu: "A CPI tem uma expectativa de ouvi-lo. Não quero contar com essa possibilidade (de ele ficar em silêncio), pelo menos por enquanto."