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Presidente da Apex abre crise no governo ao recusar demissão

Alex Carreiro abriu crise na agência, mas não aceitou a demissão anunciada pelo chanceler Ernesto Araújo e foi trabalhar normalmente

Alex Carrero, estopim da crise na agência do governo responsável por promoção comercial (Montagem/Exame)
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Reuters

Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 17h45.

Última atualização em 10 de janeiro de 2019 às 18h18.

Brasília - A demissão repentina do presidente da Apex , Alex Carreiro, transformou-se em mais uma crise do governo de Jair Bolsonaro, com a recusa de deixar o cargo e um mal-estar entre o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo , e o Palácio do Planalto.

Os relatos feitos à Reuters por pessoas que acompanham a crise apontam para um impasse criado pela decisão de Carreiro de recusar a demissão.

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O presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações) teve sua demissão anunciada por Araújo no Twitter, ainda com a indicação do embaixador Mauro Vilalba para substituí-lo.

Carreiro chegou a ir ao Planalto na manhã desta quinta-feira tentar um encontro com o presidente, mas não foi recebido. O presidente da Apex pretendia apelar a Bolsonaro por sua permanência no cargo.

Segundo relatos ouvidos pela Reuters, o presidente da Apex foi trabalhar normalmente e teria dito a pessoas que estiveram com ele que só poderia ser demitido por Bolsonaro. Na verdade, fontes ouvidas pela Reuters afirmam que o chanceler, como presidente do Conselho da Apex, poderia sim demitir Carrreiro, apesar de a demissão ter que ser assinada pelo presidente.

No Planalto, o desconforto seria causado pelo fato de Araújo não ter avisado previamente Bolsonaro de que iria demitir Carreiro. O presidente da Apex, que foi assessor do PSL na Câmara, teria sido uma indicação dos filhos de Bolsonaro.

No Itamaraty, a reação de Carreiro causou apreensão no gabinete. De acordo com uma das fontes ouvidas, havia o temor de que o próprio Araújo perdesse o cargo no embate com Carreiro por estar sendo responsabilizado por mais um bate-cabeça no governo.

Oficialmente, o Planalto manteve o silêncio. Procurado, não respondeu de imediato às indagações da Reuters. Da mesma forma, a Apex também não respondeu o pedido de informações.

Araújo creditou, em sua conta no Twitter, o afastamento a um pedido do próprio Carreiro. Fontes confirmam, no entanto, que o presidente da Apex não aceitou pedir demissão, e Araújo o comunicou que teria de sair mesmo assim, forçando o anúncio pelas redes sociais.

O estopim da crise teria sido a decisão de Carreiro de demitir 17 pessoas em sua chegada e estar planejando o afastamento de mais 19, inclusive funcionários com mais de 10 anos de casa. As reclamações chegaram aos gabinetes do Palácio do Planalto e Araújo teria sido cobrado pela crise na Apex.

De acordo com uma fonte, a empresária Letícia Castellari, indicada para a diretoria de Negócios da Agência, teve uma briga pública com Carreiro na agência ao assumir o cargo e descobrir que boa parte dos servidores da sua diretoria tinha sido demitida. Afastada do PSL durante a campanha por ter se indisposto com dirigentes do partido, Castellari se aproximou de Araújo durante a transição e se tornou um dos braços direitos do chanceler.

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