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PP tira investigados, mas indica filho de suspeito para CPI

Um dos escolhidos é filho do ex-deputado federal Vilson Covatti, que também figura na lista que a Procuradoria encaminhou ao STF

Reunião da CPI da Petrobras: Covatti Filho foi um dos deputados escolhidos para a substituição (Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 10h42.

Brasília - Diante da pressão de partidos para que os investigados na Operação Lava Jato deixem os postos-chave na Câmara dos Deputados, o PP decidiu agir apenas na CPI da Petrobras e substituir Lázaro Botelho (TO) e Sandes Júnior (GO) pelos deputados Beto Rosado (RN) e Covatti Filho (RS).

Mas a mudança chamou a atenção, pois um dos escolhidos é filho do ex-deputado federal Vilson Covatti, que também figura na lista que a Procuradoria-Geral da República encaminhou ao Supremo Tribunal Federal com os suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da estatal.

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Câmara, o partido não só rejeitou substituir o presidente do colegiado, Arthur Lira (PP-AL), como também conseguiu eleger Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) como primeiro vice-presidente.

Ambos foram incluídos na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e tiveram inquéritos abertos no STF. Ribeiro foi eleito por margem apertada: dos 54 votantes, 28 apoiaram o parlamentar e 26 votaram em branco. Eles deixaram claro que manterão seus postos.

Na terça-feira, 10, a bancada do PSOL pediu à Corregedoria da Câmara que abra uma sindicância para apurar as denúncias de corrupção envolvendo os 22 deputados investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

Os parlamentares do partido também pediram que aqueles que exerçam funções de comando na Mesa Diretora - como o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - e na CCJ sejam afastados de seus postos administrativos.

Os requerimentos foram apresentados pelo líder do PSOL, Chico Alencar (RJ). Ele defendeu que, além de Cunha, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) se licencie da primeira-vice-presidência e Arthur Lira (PP-AL) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) deixem temporariamente a presidência e a primeira-vice da CCJ.

O apelo não foi aceito pelo colegiado e o PSOL ficou isolado. Já o pedido de apuração só será encaminhado à Corregedoria após análise prévia de Cunha.

Na CPI, parte da sessão de ontem foi tomada por apelos para que os citados no esquema de corrupção na estatal deixassem suas funções.

"Espero que os partidos e os investigados revejam sua participação nesta CPI. Isso fere a credibilidade da CPI por razões óbvias", insistiu Alencar.

O PSDB chegou a ameaçar acionar a Corregedoria Parlamentar caso a liderança do PP mantivesse os investigados na CPI.

Eduardo Cunha vem defendendo que os investigados continuem em seus postos por tratar-se apenas de apuração preliminar.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo – Em depoimento para os deputados da CPI da Petrobras nesta terça-feira, o ex-gerente de engenharia da estatal Pedro Barusco reafirmou que recebeu propina em 1997. No entanto, segundo ele, a experiência foi isolada.  Barusco afirmou que começou a vivenciar o esquema de propina de maneira institucionalizada a partir de 2004, quando já trabalhava na diretoria de Serviços da estatal.  Considerado um dos principais operadores do esquema, Barusco era o braço direito de Renato Duque na diretoria de Serviços.No final do ano passado, ele concordou em devolver cerca de 97 milhões de dólares em troca de um acordo de delação premiada.  Segundo cálculos do ex-gerente, o PT pode ter recebido até 200 milhões de dólares com o esquema durante dez anos - o que seria equivalente hoje a mais de meio bilhão de reais. “Por eu ter recebido a quantia que está divulgada, como cabia ao PT na divisão da propina receber o dobro, eu estimo que ele recebeu entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões”, afirmou. Engenheiro naval de formação e com mestrado em engenharia oceânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Barusco ingressou na estatal em 1979 no Cenpes. Em 2003, assumiu o posto de gerente executivo de engenharia da diretoria de Serviços, onde se tornou braço direito de Renato Duque, que comandava a área na estatal. Barusco afirmou que, ao se aposentar da Petrobras em 2011, recebia um salário de 1,2 milhão de reais por ano.  O depoimento, que começou no final da manhã, teve seis horas de duração. Veja o que Barusco já revelou até agora nas próximas fotos. * Atualizado às 16h44
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