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Atrasa ou acelera? Por que tempo é disputado no impeachment

Ritmo vira alvo de disputa entre senadores no impeachment. Entenda as razões

Sessão de julgamento do impeachment no Senado praticamente vazia - só autora de denúncia, Janaína Paschoal, é vista (Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 27 de agosto de 2016 às 07h05.

São Paulo – Fora o debate sobre a tese de que impeachment é golpe ou não e o cabo de guerra para atrair indecisos, o maior campo de batalha do julgamento final de Dilma Rousseff (PT) no Senado certamente é o tempo.

As primeiras longas horas das sessões de quinta e sexta foram marcadas pela disputa entre os senadores sobre o ritmo que irá moldar o processo.

De um lado da trincheira estão os aliados da presidente afastada Dilma Rousseff que querem que o julgamento demore o máximo possível. Do outro, fica a ala do Senado que apoia o impeachment e que busca abreviar o tempo dedicado ao processo.

Esse embate perdura desde os estágios iniciais do processo. Mas, se no início, o foco dos defensores de Dilma era ganhar tempo para evitar o impeachment, hoje o objetivo é usar a pressa dos rivais para endossar a tese de que o processo em curso não é legítimo.

“A ideia é que, ao acelerar o processo, não se estaria dando o devido direito de defesa. Isso é na teoria. Na prática, o objetivo é esgotar ao máximo a discussão”, afirma Thiago Vidal, coordenador de análise política da Prospectiva.

Já na base aliada de Temer a preocupação é outra. O presidente em exercício viaja na próxima semana — provalvemente, na quarta — para a Cúpula dos Líderes do G20 na China, a ocasião propícia para o peemedebista sinalizar suas propostas para a economia. Por isso, sua ideia era partir sem o peso da interinidade sobre os ombros.

A exaustão com um processo que se prolonga há nove meses também estaria na conta dos senadores mais apressados. Por volta das 19h dessa sexta, o plenário da Casa já estava vazio – com baixas de ambos os lados.

A expectativa é que duas testemunhas de defesa sejam interrogadas ainda neste sábado. O acordo entre os senadores é para limar as questões de ordem, que renderam inúmeras confusões nos últimos dois dias.

Na segunda, quando a presidente afastada Dilma Rousseff será interrogada, o clima deve ser tenso. No entanto, senadores da oposição ao PT prometem respeitá-la. Aliás, essa é uma das preocupações de Temer com o processo.Interlocutores do presidente em exercício afirmaram a EXAME.com que o peemedebista tem pedido cautela aos aliados durante o julgamento para que a petista não saia vitimizada do julgamento.

Dadas as cenas de falta de decoro dos últimos dias, a missão outorgada pelo interino para seus aliados não será fácil.

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São Paulo – Fora o debate sobre a tese de que impeachment é golpe ou não e o cabo de guerra para atrair indecisos, o maior campo de batalha do julgamento final de Dilma Rousseff (PT) no Senado certamente é o tempo.

As primeiras longas horas das sessões de quinta e sexta foram marcadas pela disputa entre os senadores sobre o ritmo que irá moldar o processo.

De um lado da trincheira estão os aliados da presidente afastada Dilma Rousseff que querem que o julgamento demore o máximo possível. Do outro, fica a ala do Senado que apoia o impeachment e que busca abreviar o tempo dedicado ao processo.

Esse embate perdura desde os estágios iniciais do processo. Mas, se no início, o foco dos defensores de Dilma era ganhar tempo para evitar o impeachment, hoje o objetivo é usar a pressa dos rivais para endossar a tese de que o processo em curso não é legítimo.

“A ideia é que, ao acelerar o processo, não se estaria dando o devido direito de defesa. Isso é na teoria. Na prática, o objetivo é esgotar ao máximo a discussão”, afirma Thiago Vidal, coordenador de análise política da Prospectiva.

Já na base aliada de Temer a preocupação é outra. O presidente em exercício viaja na próxima semana — provalvemente, na quarta — para a Cúpula dos Líderes do G20 na China, a ocasião propícia para o peemedebista sinalizar suas propostas para a economia. Por isso, sua ideia era partir sem o peso da interinidade sobre os ombros.

A exaustão com um processo que se prolonga há nove meses também estaria na conta dos senadores mais apressados. Por volta das 19h dessa sexta, o plenário da Casa já estava vazio – com baixas de ambos os lados.

A expectativa é que duas testemunhas de defesa sejam interrogadas ainda neste sábado. O acordo entre os senadores é para limar as questões de ordem, que renderam inúmeras confusões nos últimos dois dias.

Na segunda, quando a presidente afastada Dilma Rousseff será interrogada, o clima deve ser tenso. No entanto, senadores da oposição ao PT prometem respeitá-la. Aliás, essa é uma das preocupações de Temer com o processo.Interlocutores do presidente em exercício afirmaram a EXAME.com que o peemedebista tem pedido cautela aos aliados durante o julgamento para que a petista não saia vitimizada do julgamento.

Dadas as cenas de falta de decoro dos últimos dias, a missão outorgada pelo interino para seus aliados não será fácil.

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