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Por que o Brasil pode parar amanhã

Centrais sindicais prometem estardalhaço em todo país nessa 5ª, prejudicando serviços de transporte público, comércio e vários outros. A dúvida é se a adesão será como anunciada

Várias centrais sindicais devem participar amanhã das manifestações do Dia Nacional de Lutas (Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Agência Brasil)

Várias centrais sindicais devem participar amanhã das manifestações do Dia Nacional de Lutas (Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 19h46.

São Paulo – O brasileiro passou o dia de hoje preocupado com a greve geral anunciada para amanhã, 11 de julho, pela CUT, Força Sindical e outras seis centrais de trabalhadores no chamado Dia Nacional de Lutas, com manifestações e protestos previstos em todo o país.

Se todos os setores anunciados realmente aderirem em inúmeras cidades brasileiras, os cidadãos - e o país - podem ser bastante prejudicados. A greve promete atingir serviços de transporte, saúde, bancos, órgãos públicos, entre outros.

Não causaria surpresa, porém, se toda a expectativa por transtornos se revele superestimada.

Na pauta de reivindicações das centrais - que aproveitam o clima criado pelas manifestações espontâneas que tomaram o Brasil em junho - estão pontos como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho e o aumento dos investimentos em saúde, educação e transportes.

Apesar do anúncio, até agora é tudo especulação se o Brasil de fato para amanhã. Confira abaixo o que está sendo prometido pelas centrais em diversos pontos do país, nos mais diversos setores.

Transportes

Sâo Paulo pode ser a cidade mais prejudicada nesse quesito. O metrô da cidade, que transporta 4 milhões de pessoas por dia, pode ser prejudicado caso os metroviários decidam pela paralisação, o que não havia acontecido até às 19h desta quarta. Por telefone, o SPUrbanuss, sindicato das empresas de ônibus de São Paulo, afirmou que não tem informações em relação a alterações na circulação das linhas amanhã. Entretanto, reportagem da Folha de S. Paulo indica que existe chance de bloqueios nos 29 terminais da cidade a partir das 9h. 

Além do transporte público, categorias como a dos motoboys prometem se mobilizar em São Paulo e Alagoas, entre outros estados. Em Recife (PE), o metrô funciona normalmente amanhã – apesar do apoio dos metroviários às manifestações. De acordo com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), ônibus municipais não devem circular em Vitória (ES) amanhã.

Saúde e educação

Rio Grande do Sul, Paraíba e São Paulo são alguns dos estados nos quais estão previstas mobilizações do pessoal das áreas de saúde e educação amanhã. Trabalhadores paulistanos vinculados à saúde devem se reunir a outras categorias no vão livre do Masp, em São Paulo, às 12h. Além deles, servidores da área devem participar de mobilizações na Bahia (onde a CUT prevê atrasos no início do expediente de hospitais públicos e privados) e na Paraíba (servidores do hospital da UFPB ligados à CUT fazem paralisação).

A Apeoesp, entidade ligada aos professores do estado de São Paulo, convocou seus integrantes a entrarem em greve amanhã. Outras sindicatos de profissionais de educação do Rio de Janeiro e do Distrito Federal também apoiam o Dia Nacional de Lutas. Na página do Sinpro-RS, é possível saber quais escolas do estado vão aderir à paralisação.

Segundo o site da Central de Trabalhadores Brasileiros (CTB), serviços como os Correios estão entre aqueles que também podem parar amanhã. De acordo com a UGT (União Geral dos Trabalhadores), cerca de 500 mil comerciários de São Paulo não irão trabalhar.


Bancos

Em vários locais do país, amanhã pode não ser um bom dia para usar o serviço bancário. Na região da Avenida Paulista, os bancos devem fechar nesta quinta. Por volta de 12h, trabalhadores do setor participam da manifestação marcada para acontecer no vão livre do MASP. Também são esperadas mobilizações entre os bancários no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Segundo a CUT, as agências bancárias não abrem no Tocantins.

Hoje pela tarde, a Fenaban (Federação Nacional de Bancos) afirmou que as manifestações são um "desrespeito à lei".

Órgãos públicos

O serviço público também deve marcar presença nas manifestações do Dia Nacional de Lutas. A CSB (Central de Sindicatos Brasileiros) informou por e-mail que servidores federais e estaduais ligados à entidade devem realizar paralisação amanhã. Números da CSP-Conlutas divulgados no site do Sindicato dos Comerciários de São Paulo indicam que até 800 mil trabalhadores do setor podem cruzar os braços nesta quinta. 

Portos e Rodovias

A greve geral também deve afetar o escoamento da produção brasileira. Em seu site, a Federação Nacional de Estivadores anunciou que as manifestações das centrais sindicais amanhã estão mantidas, após a suspensão da paralisação programada para hoje. No porto de Santos, a previsão é de mais um dia de protestos, depois dos protestos nessa quarta-feira.

Já nas rodovias, o cenário é parecido. O site da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos informa que manifestações devem fechar as principais rodovias do estado de São Paulo. De acordo com o jornal O Globo, ações parecidas podem dificultar a circulação em até 12 estados.

Outros setores

Além das áreas já citadas, outros setores produtivos devem ser afetados pela greve geral de amanhã. Trabalhadores das áreas de TI (tecnologia da informação) e de alimentação (como bares e restaurantes)  participam da mobilização em São Paulo. Segundo a CUT, operários de montadoras e fábricas de autopeças farão passeatas em São Bernardo do Campo (SP). Por e-mail, a CSB informou que trabalhadores do setor de vestuário em Guarulhos, portuários no Pará e caminhoneiros no Paraná são setores mobilizados para manifestações. Os manifestantes também devem realizar ações em rodovias de todo país.

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