São Paulo - Há exatos 8 dias, um protesto de professores transformou parte de Curitiba, no Paraná , numa praça de guerra. As imagens de docentes sangrando e se defendendo de cassetetes chocaram o país.
Para conter os manifestantes, a Polícia Militar do estado lançou mão de balas de borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta e até cachorros treinados. O objetivo era impedir a todo custo que os professores entrassem na Assembleia Legislativa do Paraná. Com um saldo de 213 feridos, a meta foi alcançada.
No entanto, uma pergunta ficou no ar: Por que, no Brasil, em pleno ano de 2015, a Polícia Militar ainda lança mão da violência para reprimir manifestantes?
Para Roberto Livianu, promotor de justiça e presidente do MPD (Ministério Público Democrático), ocorre uma inversão de valores. “A polícia existe para proteger esses manifestantes, que estão exercendo um direto constitucional”, afirma.
O professor Másimo Della Justina, do Departamento de Economia da PUC-PR , concorda e questiona ainda o uso de instrumentos repressivos contra quem protesta. Para ele, a truculência não condiz com a democracia. “Me surpreende que, no contexto democrático, a polícia ainda faça uso de cães e aparatos para enxotar massas”, afirma.
Para mudar esse quadro, Della Justina defende uma mudança estrutural nas polícias. “Por que o Brasil ainda precisa de uma Polícia Militar?”, questiona. E completa: “O policial é pai de família, mãe, são pessoas que também têm consciência de cidadania. Porém, uma estrutura que permite o uso de instrumentos repressivos pode levar a atos inadequados num momento de desespero”, afirma.
De quem é a culpa?
O mal-estar gerado pelas imagens de professores feridos levou a um embate a respeito da responsabilidade sobre a ação da polícia. Na segunda-feira (4), o secretário de Segurança do Paraná, Fernando Francischini, que pode perder o cargo, disse que todo o planejamento da ação foi feito pelo comando da Polícia Militar.
Em resposta, 16 coronéis da PM divulgaram carta dizendo que Francischini participou, sim, do planejamento e “foi alertado inúmeras vezes” que pessoas poderiam sofrer ferimentos.
Na opinião de Della Justina, da PUC-PR, o correto seria que governo e PM assumissem juntos a responsabilidade pelo que ocorreu. “Seria um ato de grandeza política”, afirma.
Já para o promotor Roberto Livianu melhor seria se a truculência contra os professores viesse de atitudes individuais dos policiais. “Se foi uma orientação que veio de cima, significa que aqueles que têm a responsabilidade de decidir desrespeitaram as regras do estado democrático de direito”, analisa.
Enquanto as responsabilidades não se esclarecem, resta a dúvida: os policiais teriam escolha numa situação tensa como aquela? Na opinião de Della Justina, sim, teriam. “Em vez de agredir os professores, eles poderiam ter virado ao palácio e gritado junto”, defende.
O que diz o governo?
Logo após o confronto entre PMs e professores, o governador Beto Richa (PSDB) defendeu a ação da polícia e afirmou que um grupo de black blocs atacou os policiais.
Dias depois, o secretário de Segurança Fernando Francischini disse que “nada justifica” a ação contra os professores, mas ressaltou que a polícia cumpria uma ordem da Justiça.
Ontem, o secretário de Educação do Paraná, Fernando Xavier, pediu demissão do cargo por motivos pessoais.
São Paulo -Caracaraí, em
Roraima , é a cidade mais violenta do Brasil. Segundo o
Mapa da Violência 2014, divulgado no início do mês, a taxa de homicídios no município foi de 210
mortes para cada 100 mil habitantes -
o mais alto entre todas as cidades do país.O alto índice, infelizmente, não é exclusividade da cidade roraimense.Em todos os estados do país, há municípios cujas taxas de homicídios estão muito acima do nível já tido por especialistas como epidêmico (10 mortes para cada 100 mil habitantes).A seguir, estão as cinco
cidades com as maiores taxas de homicídio em cada estado do país.Só foram consideradas aquelas com mais de 10 mil habitantes, para evitar distorções nas cidades muito pequenas, em que uma morte pode alterar radicalmente os dados de um ano a outro.Os dados foram retirados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, e constam no Mapa da Violência 2014.
Matéria atualizada às 9h do dia 21/07/2014. 2. Acre 2 /28(Divulgação/ Prefeitura de Tarauacá)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Tarauacá | 13 | 35,4 |
2º | Rio Branco | 115 | 33,0 |
3º | Cruzeiro do Sul | 26 | 32,6 |
4º | Epitaciolândia | 5 | 31,9 |
5º | Sena Madureira | 12 | 30,5 |
3. Alagoas 3 /28(Divulgação/ Câmara Municipal de Pilar)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Pilar | 43 | 127,9 |
2º | Satuba | 18 | 119,8 |
3º | Rio Largo | 74 | 107,3 |
4º | Arapiraca | 215 | 98,6 |
5º | Marechal Deodoro | 46 | 96,8 |
4. Amapá 4 /28(Divulgação/ Prefeitura de Pedra Branca do Amapari)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Pedra Branca do Amapari | 6 | 50,9 |
2º | Oiapoque | 10 | 46,2 |
3º | Porto Grande | 8 | 45,2 |
4º | Laranjal do Jari | 17 | 40,8 |
5º | Tartarugalzinho | 5 | 37,4 |
5. Amazonas 5 /28(REUTERS/Bruno Kelly)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Manaus | 1052 | 56,5 |
2º | Tabatinga | 28 | 51,4 |
3º | Barcelos | 12 | 46,2 |
4º | Rio Preto da Eva | 10 | 37,1 |
5º | Apuí | 6 | 32,2 |
6. Bahia 6 /28(Divulgação/ Prefeitura de Mata de São João)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Mata de São João | 62 | 149,3 |
2º | Simões Filho | 159 | 131,0 |
3º | Ibirapitanga | 28 | 123,4 |
4º | Itaparica | 25 | 119,1 |
5º | Porto Seguro | 152 | 115,5 |
7. Ceará 7 /28(Divulgação/ Prefeitura de Eusébio)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Eusébio | 43 | 89,6 |
2º | Itaitinga | 32 | 86,9 |
3º | Barbalha | 44 | 77,8 |
4º | Fortaleza | 1920 | 76,8 |
5º | Tabuleiro do Norte | 22 | 74,5 |
8. Distrito Federal 8 /28(Phil Walter / Staff / Getty Images)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Brasília | 1031 | 38,9 |
*Brasília é o único município do Distriro Federal. Nos dados do Mapa da Violência, não há divisão pelas Regiões Administrativas 9. Espírito Santo 9 /28(Divulgação/ Prefeitura de Espírito Santo)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Pinheiros | 24 | 98,8 |
2º | Serra | 378 | 89,5 |
3º | Barra de São Francisco | 34 | 82,7 |
4º | Conceição da Barra | 21 | 73,1 |
5º | Cariacica | 256 | 72,6 |
10. Goiás 10 /28(Divulgação/ Prefeitura de Luziânia)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Luziânia | 190 | 105,8 |
2º | Santa Helena de Goiás | 28 | 76,2 |
3º | Planaltina | 60 | 72,4 |
4º | Nerópolis | 17 | 67,8 |
5º | Cocalzinho de Goiás | 12 | 67,3 |
11. Maranhão 11 /28(Divulgação/ Prefeitura de Presidente Dutra)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Presidente Dutra | 44 | 96,6 |
2º | Imperatriz | 166 | 66,4 |
3º | São Luís | 651 | 62,6 |
4º | Caxias | 85 | 53,8 |
5º | Cururupu | 14 | 43,1 |
12. Mato Grosso 12 /28(Divulgação/ Prefeitura de Paranaíta)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Paranaíta | 8 | 74,4 |
2º | Poxoréo | 11 | 63,8 |
3º | Brasnorte | 10 | 61,8 |
4º | Várzea Grande | 159 | 61,6 |
5º | Arenápolis | 6 | 59,3 |
13. Mato Grosso do Sul 13 /28(Divulgação/ Prefeitura de Paranhos)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Paranhos | 15 | 118,4 |
2º | Sete Quedas | 11 | 102,3 |
3º | Coronel Sapucaia | 14 | 98,2 |
4º | Mundo Novo | 12 | 69,6 |
5º | Ponta Porã | 42 | 52,2 |
14. Minas Gerais 14 /28(Divulgação/ Prefeitura São Joaquim de Bicas)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | São Joaquim de Bicas | 19 | 71,3 |
2º | Mateus Leme | 18 | 63,3 |
3º | Teixeiras | 7 | 61,5 |
4º | Governador Valadares | 157 | 59,0 |
5º | Esmeraldas | 36 | 57,8 |
15. Pará 15 /28(Divulgação/ ADVALDO NOBRE/ASCOM SEDUC)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Ananindeua | 608 | 125,7 |
2º | Marabá | 230 | 94,4 |
3º | Altamira | 87 | 85,0 |
4º | Parauapebas | 131 | 78,8 |
5º | Tailândia | 66 | 77,2 |
16. Paraíba 16 /28(Divulgação/ Prefeitura de Santa Rita)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Santa Rita | 129 | 105,7 |
2º | Conde | 21 | 94,8 |
3º | Mari | 19 | 89,4 |
4º | Cabedelo | 51 | 84,7 |
5º | Patos | 79 | 77,4 |
17. Paraná 17 /28(Divulgação/ Prefeitura Campina Grande do Sul)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Campina Grande do Sul | 42 | 106,6 |
2º | Tamarana | 12 | 94,9 |
3º | Guaíra | 25 | 80,6 |
4º | Sarandi | 65 | 76,9 |
5º | Florestópolis | 8 | 72,2 |
18. Pernambuco 18 /28(Divulgação/ Prefeitura de Cabo de Santo Agostino)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Cabo de Santo Agostinho | 177 | 93,5 |
2º | Ilha de Itamaracá | 21 | 92,1 |
3º | Itapissuma | 19 | 78,1 |
4º | Xexéu | 10 | 70,6 |
5º | Jataúba | 10 | 61,7 |
19. Piauí 19 /28(Divulgação/ Prefeitura de Teresina)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Teresina | 341 | 41,1 |
2º | Corrente | 7 | 27,2 |
3º | Simplício Mendes | 3 | 24,5 |
4º | Picos | 18 | 23,8 |
5º | Parnaíba | 35 | 23,7 |
20. Rio de Janeiro 20 /28(Divulgação/ Prefeitura de Mangaratiba)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Mangaratiba | 33 | 86,4 |
2º | Cabo Frio | 123 | 63,0 |
3º | Paraty | 24 | 62,0 |
4º | Armação dos Búzios | 16 | 55,2 |
5º | Duque de Caxias | 472 | 54,4 |
21. Rio Grande do Norte 21 /28(Divulgação/ Flickr/ Carla Salgueiro)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Extremoz | 24 | 94,8 |
2º | Umarizal | 9 | 85,0 |
3º | São José de Mipibu | 26 | 64,2 |
4º | Nísia Floresta | 15 | 61,2 |
5º | Mossoró | 160 | 60,0 |
22. Rio Grande do Sul 22 /28(Divulgação/ Prefeitura do Rio Grande do Sul)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Alvorada | 140 | 70,9 |
2º | Cidreira | 9 | 68,0 |
3º | Capão da Canoa | 22 | 50,2 |
4º | São Leopoldo | 96 | 44,2 |
5º | Balneário Pinhal | 5 | 44,0 |
23. Rondônia 23 /28(Divulgação/ Prefeitura de Buritis)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Buritis | 38 | 113,8 |
2º | Ariquemes | 69 | 74,4 |
3º | Monte Negro | 10 | 69,9 |
4º | Candeias do Jamari | 13 | 62,5 |
5º | Campo Novo de Rondônia | 8 | 62,3 |
24. Roraima 24 /28(Divulgação/ Prefeitura de Caracaraí)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Caracaraí | 40 | 210,3 |
2º | Alto Alegre | 15 | 92,4 |
3º | Rorainópolis | 10 | 39,5 |
4º | Boa Vista | 83 | 27,9 |
5º | Cantá | 4 | 27,2 |
25. Santa Catarina 25 /28(Divulgação/ Prefeitura de Camboriú)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Camboriú | 32 | 48,8 |
2º | Ponte Serrada | 4 | 36,0 |
3º | Balneário Piçarras | 6 | 33,3 |
4º | Tijucas | 10 | 31,2 |
5º | Penha | 8 | 30,5 |
26. Sergipe 26 /28(Divulgação/ Prefeitura de Propriá)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Propriá | 20 | 69,9 |
2º | Itabaiana | 57 | 64,4 |
3º | Aracaju | 351 | 59,7 |
4º | Neópolis | 11 | 59,5 |
5º | Estância | 37 | 56,7 |
27. Tocantins 27 /28(Divulgação/ Prefeitura Taguatinga)
| Cidade | Assassinatos (2012) | Taxa (100 mil hab.) |
---|
1º | Taguatinga | 10 | 65,2 |
2º | Gurupi | 48 | 61,1 |
3º | Araguaína | 76 | 48,7 |
4º | Porto Nacional | 20 | 40,2 |
5º | Lagoa da Confusão | 4 | 37,0 |
28. Veja agora quais são os estados onde se mata mais 28 /28(Getty Images)