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Por "prudência" e "segurança", Moro mantém Léo Pinheiro na prisão

Moro acolheu pedido dos advogados de Léo Pinheiro e alertou para o "potencial" e para a "extensão" das informações que ele poderá revelar

Prisão: na carceragem estão outros réus da Lava Jato, como o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o doleiro Alberto Youssef (Luis Macedo/Agência Câmara)

Prisão: na carceragem estão outros réus da Lava Jato, como o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o doleiro Alberto Youssef (Luis Macedo/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de outubro de 2016 às 13h36.

Curitiba e São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro decidiu manter o empreiteiro José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS, na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, base da Operação Lava Jato.

Moro acolheu pedido dos advogados de Léo Pinheiro e alertou para o "potencial" e para a "extensão" das informações que ele poderá revelar em um eventual acordo de colaboração premiada.

O empreiteiro está preso na PF desde setembro. Na carceragem federal estão outros réus da Lava Jato, como o empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, o doleiro Alberto Youssef e o ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma).

Condenado a 16 anos e quatro meses de reclusão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de propinas instalado na Petrobras, Léo Pinheiro é réu em outra ação penal, ao lado do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), por pagamentos ilícitos para brecar CPIs que investigavam falcatruas na estatal petrolífera.

A decisão de Moro contraria pedidos da PF e da força-tarefa do Ministério Público Federal que se manifestaram pela transferência do empreiteiro para o Complexo Médico Penal de Pinhais, nos arredores de Curitiba, onde está a maioria dos réus da Lava Jato.

A defesa do executivo, a cargo do criminalista José Luís Oliveira Lima, argumentou que Léo Pinheiro e a OAS "possuem intenção de colaborar com as investigações".

A defesa destacou que "o acusado prestará novos depoimentos, bem como apresentará novas provas" e que, por isso, "seria recomendável a sua manutenção na carceragem da Superintendência Regional da PF no Paraná, inclusive para acautelar eventual risco a sua integridade física".

A Procuradoria da República refutou as alegações da defesa e sustentou que "não existe acordo de colaboração celebrado, tampouco negociações em curso".

Ainda segundo os procuradores da força-tarefa "há colaboradores no Complexo Médico Penal e não foram noticiados supostos riscos à integridade destes acusados".

Moro adotou o argumento da "prudência" para manter o empresário na prisão da PF. "Em que pesem os requerimentos da autoridade policial e a posição do Ministério Público, as divulgações, fundadas ou não, da possibilidade de José Adelmário Pinheiro Filho vir a celebrar acordo de colaboração premiada, aliada ao potencial e à extensão das informações que reuniria, recomenda prudência e, por conseguinte, a manutenção dele, no presente momento e para segurança dele, na carceragem da Polícia Federal."

O juiz da Lava Jato determinou que o "problema de espaço (na Custódia da PF) terá que ser resolvido com a transferência de outros presos".

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