Políticos condenados no mensalão rejeitam pedido de prisão
Os advogados ainda podem apresentar recursos para tentar aliviar as penas
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2012 às 11h11.
Brasília - Os advogados dos réus condenados no julgamento do mensalão protestaram nesta quinta-feira contra a decisão da Procuradoria Geral da República (PGR) de pedir que todos sejam presos imediatamente.
"É uma manobra espúria", disse o advogado José Luís de Oliveira, defensor do ex-ministro José Dirceu, condenado a dez anos de prisão e quem, se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir acatar o pedido da Promotoria, pode ser preso no próximo fim de semana.
O processo, que julgou o escândalo de financiamento ilegal de campanhas e subornos parlamentares, terminou na segunda-feira passada com 25 políticos e empresários condenados a penas de entre dois e 40 anos de prisão.
Deles, 11 receberam penas superiores a oito anos, que de acordo com a lei brasileira deverão cumprir em regime fechado, enquanto o resto será beneficiado por um sistema semiaberto, que só os obrigará a dormir na cadeia.
Entre quem deve cumprir o regime de reclusão figuram, entre outros, o ex-ministro Dirceu, o atual deputado e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha e o ex-tesoreiro do PT Delúbio Soares.
Embora os advogados ainda possam apresentar recursos para tentar aliviar as penas, o procurador-geral, Roberto Gurgel, se dirigiu ao STF na noite de nesta quarta-feira para solicitar formalmente que os réus condenados vão a prisão "imediatamente".
Apesar de ter admitido a possibilidade de recursos, alegou que existe o risco de que "o tempo vá passando" e que as sentenças não sejam executadas o que levaria a que "o esforço magnífico feito pelo Supremo" neste julgamento "seja relegado aos porões da falta de eficiência" e lentidão do Poder Judiciário.
Como o Supremo entrou em recesso nesta quarta-feira e só retomará suas sessões ordinárias em fevereiro próximo, a decisão sobre o pedido da Promotoria não será tomada pelo plenário da corte e ficará nas mãos do presidente do tribunal, Joaquim Barbosa, que também foi instrutor do processo.
O advogado Alberto Zacharias, que defende João Paulo Cunha, disse que "é pelo menos estranho" que a Promotoria tenha apresentado esse pedido uma vez que o Supremo já iniciou o recesso de fim de ano.
Além disso, manifestou temores pela decisão que Barbosa possa tomar, de quem afirmou que durante o julgamento "mostrou em diversas ocasiões uma espécie de furor condenatório" e foi um dos mais duros na hora de estabelecer as penas.
Segundo analistas jurídicos, Barbosa terá que escolher entre três caminhos, que são acolher o pedido do promotor e ordenar a captura e encarceramento dos réus; negá-lo, ou adiar a decisão até fevereiro, para que o assunto seja tratado pelo plenário da corte.
Fontes do Supremo disseram que Barbosa se propõe a se pronunciar sobre o assunto nesta sexta-feira, mas não quiseram precisar por qual dessas opções ele vá se inclinar.
Em caso de decidir sobre o encarceramento, deverá ditar as correspondentes ordens de captura e assinalar, além disso, em que prisão cada um dos condenados cumprirá sua pena.
Brasília - Os advogados dos réus condenados no julgamento do mensalão protestaram nesta quinta-feira contra a decisão da Procuradoria Geral da República (PGR) de pedir que todos sejam presos imediatamente.
"É uma manobra espúria", disse o advogado José Luís de Oliveira, defensor do ex-ministro José Dirceu, condenado a dez anos de prisão e quem, se o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir acatar o pedido da Promotoria, pode ser preso no próximo fim de semana.
O processo, que julgou o escândalo de financiamento ilegal de campanhas e subornos parlamentares, terminou na segunda-feira passada com 25 políticos e empresários condenados a penas de entre dois e 40 anos de prisão.
Deles, 11 receberam penas superiores a oito anos, que de acordo com a lei brasileira deverão cumprir em regime fechado, enquanto o resto será beneficiado por um sistema semiaberto, que só os obrigará a dormir na cadeia.
Entre quem deve cumprir o regime de reclusão figuram, entre outros, o ex-ministro Dirceu, o atual deputado e ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha e o ex-tesoreiro do PT Delúbio Soares.
Embora os advogados ainda possam apresentar recursos para tentar aliviar as penas, o procurador-geral, Roberto Gurgel, se dirigiu ao STF na noite de nesta quarta-feira para solicitar formalmente que os réus condenados vão a prisão "imediatamente".
Apesar de ter admitido a possibilidade de recursos, alegou que existe o risco de que "o tempo vá passando" e que as sentenças não sejam executadas o que levaria a que "o esforço magnífico feito pelo Supremo" neste julgamento "seja relegado aos porões da falta de eficiência" e lentidão do Poder Judiciário.
Como o Supremo entrou em recesso nesta quarta-feira e só retomará suas sessões ordinárias em fevereiro próximo, a decisão sobre o pedido da Promotoria não será tomada pelo plenário da corte e ficará nas mãos do presidente do tribunal, Joaquim Barbosa, que também foi instrutor do processo.
O advogado Alberto Zacharias, que defende João Paulo Cunha, disse que "é pelo menos estranho" que a Promotoria tenha apresentado esse pedido uma vez que o Supremo já iniciou o recesso de fim de ano.
Além disso, manifestou temores pela decisão que Barbosa possa tomar, de quem afirmou que durante o julgamento "mostrou em diversas ocasiões uma espécie de furor condenatório" e foi um dos mais duros na hora de estabelecer as penas.
Segundo analistas jurídicos, Barbosa terá que escolher entre três caminhos, que são acolher o pedido do promotor e ordenar a captura e encarceramento dos réus; negá-lo, ou adiar a decisão até fevereiro, para que o assunto seja tratado pelo plenário da corte.
Fontes do Supremo disseram que Barbosa se propõe a se pronunciar sobre o assunto nesta sexta-feira, mas não quiseram precisar por qual dessas opções ele vá se inclinar.
Em caso de decidir sobre o encarceramento, deverá ditar as correspondentes ordens de captura e assinalar, além disso, em que prisão cada um dos condenados cumprirá sua pena.