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Policiais rodoviários federais usarão câmeras nos uniformes a partir de 2024

Projeto prevê que, a partir de abril, 6 mil agentes passem a usar o equipamento

PRF: Estudos apontam que o uso da tecnologia diminui em mais de 50% a letalidade policial, além de reduzir pela metade as reclamações sobre a conduta de policiais. (Fernando Oliveira/PRF/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 26 de maio de 2023 às 06h51.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apresentou, nessa quinta-feira, projeto para implementar o uso de câmeras nos uniformes dos policiais.

O Projeto Estratégico Bodycams prevê que, a partir de abril de 2024, cerca de 6 mil agentes utilizem os equipamentos, aproximadamente metade da força policial. Os testes práticos começam em novembro, em projeto coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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Estudos apontam que o uso da tecnologia diminui em mais de 50% a letalidade policial, além de reduzir pela metade as reclamações sobre a conduta de policiais.

O secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira, afirma que as câmeras são instrumentos importantes para evitar casos como o de Genivaldo de Jesus , morto há um ano, durante abordagem de policiais rodoviários, em Sergipe. Genivaldo foi trancado em uma viatura, utilizada como uma espécie de câmara de gás, e acabou morrendo.

"Eu acredito que poderia ter evitado situações com a do Genivaldo, sem dúvida alguma. Por isso, essa é uma política muito simbólica. Para a gente, é um episódio extremamente lamentável. A dor daquela família é algo indescritível. Nosso desejo é que isso nunca mais se repita no âmbito da Polícia Rodoviária Federal ou de qualquer outra polícia", afirma Pereira.

Em janeiro deste ano, o Ministério Público Federal recomendou que a PRF fizesse uso das câmeras. A ideia surgiu exatamente após o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos.

Caso Genivaldo

Em abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a prisão dos dois policiais rodoviários federais acusados pela morte de Genivaldo, por asfixiamento, em uma viatura da corporação, em maio de 2022.

Os ministros da Sexta Turma do tribunal decidiram manter a prisão preventiva, por entenderam que os policiais agiram com força desproporcional e contrariamente às normas internas. Além disso, os magistrados consideraram que a vítima tinha problemas mentais e não havia oferecido resistência à abordagem.

Em janeiro, a Justiça de Sergipe determinou que os agentes da PRF envolvidos no caso sejam submetidos a júri popular pelos crimes de tortura e homicídio triplamente qualificado.

Imagens veiculadas na internet mostram a ação policial, que deixou a vítima presa em uma viatura esfumaçada. O homem se debate com as pernas para fora enquanto um policial rodoviário mantém a tampa do porta-malas abaixada, impedindo o homem de sair ou respirar. Genilvado teria sido parado pelos agentes por trafegar de moto sem capacete

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