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PMDB encampará projeto para limitar criação de partidos

No curto prazo, está na mira dos peemedebistas as movimentações do ministro das Cidade, Gilberto Kassab, que trabalha para oficializar o Partido Liberal (PL)

Michel Temer: para integrantes do PMDB, criação de novas legendas serve para enfraquecer maiores partidos (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 14h34.

Brasília - Em jantar no Palácio do Jaburu, residência da vice-presidência da República, na noite dessa segunda-feira, 2, integrantes da cúpula do PMDB decidiram abrir guerra contra a criação de partidos e vão encampar proposta que estabelece uma "quarentena" para fusões de novas legendas.

No curto prazo, está na mira dos peemedebistas as movimentações do ministro das Cidade, Gilberto Kassab (PSD), que trabalha para oficializar o Partido Liberal (PL).

O encontro de ontem foi promovido pelo vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e contou com os principais líderes do partido como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e o da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Para integrantes da cúpula do PMDB, a criação de novas legendas só serve para enfraquecer os maiores partidos.

No jantar, o presidente da Câmara revelou que articula com o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), a apresentação e votação de um projeto que cria barreiras para a fusão dos partidos recém-criados.

O DEM foi o principal prejudicado com o surgimento do PSD de Kassab, ocorrido em 2011.

Na ocasião, quase metade da bancada dos deputados federais do partido de oposição migrou para a legenda do atual ministro da Cidade.

Alinhado com o presidente da Câmara, Mendonça ingressou ontem com projeto de lei que cria uma "quarentena" para a realização de fusões e incorporações entre os partidos.

"O projeto define que será necessário no mínimo 5 anos da criação de um partido para que ele possa se fundir. A ideia é acabar com essa indústria de criação de partidos", afirmou o democrata ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Mendonça esteve no gabinete do presidente da Câmara antes do jantar ocorrido no Jaburu, ocasião que tratou do tema com Cunha.

Segundo o líder do DEM, ele vai apresentar na reunião de líderes de bancada, marcada para esta terça-feira, 3, um requerimento com pedido de urgência para que a tramitação da proposta seja célere dentro da Casa.

Zerar o jogo

Passado o momento de euforia e de chacotas após vitória imposta ao Palácio do Planalto na disputa pelo comando das duas Casas do Congresso, o jantar de ontem também serviu para os peemedebistas alinharem um discurso com um tom de conciliação.

Segundo integrantes da legenda, a tônica é de que é preciso "zerar o jogo" e "enterrar" as mágoas e ressentimentos.

Entre uma taça de vinho e outra, a avaliação também foi a de que o partido demonstrou força ao Planalto é que agora é hora de reiniciar "uma boa relação".

"O PMDB é governo e temos que superar isso. Vamos olhar para a frente", afirmou o ministro dos Portos, Edinho Araújo, que participou da reunião.

"Um mínimo de bom senso teria se percebido que o resultado na Câmara era certo. O ministro de Relações Institucionais [Pepe Vargas] se expôs mais. Mas isso já passou. O cerne das conversas foi a de que é necessário uma boa relação com o Poder Executivo", ressaltou o ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que esteve presente no jantar.

Embora a intenção seja a de distensionar, Eduardo Cunha tem se mostrado firme na determinação de tratar temas de interesse da Câmara diretamente com a presidente Dilma e não com integrantes da coordenação da petista como o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, que trabalhou contra a candidatura do peemedebista.

A posição de Cunha é de que os principais projetos sejam tratados de presidente de um Poder para o outro.

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Brasília - Em jantar no Palácio do Jaburu, residência da vice-presidência da República, na noite dessa segunda-feira, 2, integrantes da cúpula do PMDB decidiram abrir guerra contra a criação de partidos e vão encampar proposta que estabelece uma "quarentena" para fusões de novas legendas.

No curto prazo, está na mira dos peemedebistas as movimentações do ministro das Cidade, Gilberto Kassab (PSD), que trabalha para oficializar o Partido Liberal (PL).

O encontro de ontem foi promovido pelo vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e contou com os principais líderes do partido como os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e o da Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Para integrantes da cúpula do PMDB, a criação de novas legendas só serve para enfraquecer os maiores partidos.

No jantar, o presidente da Câmara revelou que articula com o líder do DEM, Mendonça Filho (PE), a apresentação e votação de um projeto que cria barreiras para a fusão dos partidos recém-criados.

O DEM foi o principal prejudicado com o surgimento do PSD de Kassab, ocorrido em 2011.

Na ocasião, quase metade da bancada dos deputados federais do partido de oposição migrou para a legenda do atual ministro da Cidade.

Alinhado com o presidente da Câmara, Mendonça ingressou ontem com projeto de lei que cria uma "quarentena" para a realização de fusões e incorporações entre os partidos.

"O projeto define que será necessário no mínimo 5 anos da criação de um partido para que ele possa se fundir. A ideia é acabar com essa indústria de criação de partidos", afirmou o democrata ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Mendonça esteve no gabinete do presidente da Câmara antes do jantar ocorrido no Jaburu, ocasião que tratou do tema com Cunha.

Segundo o líder do DEM, ele vai apresentar na reunião de líderes de bancada, marcada para esta terça-feira, 3, um requerimento com pedido de urgência para que a tramitação da proposta seja célere dentro da Casa.

Zerar o jogo

Passado o momento de euforia e de chacotas após vitória imposta ao Palácio do Planalto na disputa pelo comando das duas Casas do Congresso, o jantar de ontem também serviu para os peemedebistas alinharem um discurso com um tom de conciliação.

Segundo integrantes da legenda, a tônica é de que é preciso "zerar o jogo" e "enterrar" as mágoas e ressentimentos.

Entre uma taça de vinho e outra, a avaliação também foi a de que o partido demonstrou força ao Planalto é que agora é hora de reiniciar "uma boa relação".

"O PMDB é governo e temos que superar isso. Vamos olhar para a frente", afirmou o ministro dos Portos, Edinho Araújo, que participou da reunião.

"Um mínimo de bom senso teria se percebido que o resultado na Câmara era certo. O ministro de Relações Institucionais [Pepe Vargas] se expôs mais. Mas isso já passou. O cerne das conversas foi a de que é necessário uma boa relação com o Poder Executivo", ressaltou o ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, que esteve presente no jantar.

Embora a intenção seja a de distensionar, Eduardo Cunha tem se mostrado firme na determinação de tratar temas de interesse da Câmara diretamente com a presidente Dilma e não com integrantes da coordenação da petista como o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, que trabalhou contra a candidatura do peemedebista.

A posição de Cunha é de que os principais projetos sejam tratados de presidente de um Poder para o outro.

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