PGR entra com ação no STF contra propaganda da reforma
O argumento é que o governo não poderia ter usado os R$ 99,3 mi dos cofres públicos para custear em "campanha de convencimento público"
Reuters
Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 18h18.
Brasília - A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou nesta segunda-feira com uma ação no Supremo Tribunal Federal para suspender imediatamente a veiculação da propaganda do governo Michel Temer em favor da reforma da Previdência .
O argumento de Dodge é que o governo não poderia ter usado uma dotação orçamentária suplementar, no valor de 99,3 milhões de reais, para custear uma propaganda em "campanha estratégica de convencimento público" sem que aja outras opiniões sobre o assunto.
"É inadmissível, assim, a utilização de verba pública para veiculação de propaganda que não explicita de maneira clara e transparente a totalidade dos dados pertinentes ao tema sobre o qual o governo entendeu por bem que a população se debruçasse", disse a procuradora-geral, na ação.
A chefe do Ministério Público Federal --indicada ao cargo por Temer-- pediu a concessão de uma liminar a fim de evitar os danos "irreparáveis" ou de "difícil reparação" aos brasileiros submetidos à campanha do governo.
"É necessário, portanto, que a norma questionada seja rapidamente suspensa em sua eficácia, ainda que somente no que respeita a campanhas de publicidade do governo federal sem conteúdo informativo, educativo ou de orientação social e que, portanto, consistam em propaganda. Nessa extensão, também, deve ser invalidada por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal", pede Dodge.
Na semana retrasada, a Advocacia-Geral da União já havia conseguido reverter no Tribunal Regional Federal da Primeira Região decisão anterior que determinara a suspensão da campanha do governo sobre a reforma da Previdência. A ação tinha sido apresentada por uma série de entidades de servidores públicos federais.