Brasil

PGR concorda com PF para ouvir mais testemunhas em inquérito do MDB

Investigação, que inclui Temer, apura delações sobre suposto pagamento de R$ 10 mi em doações ilícitas da Odebrecht para campanhas do partido

Polícia Federal: investigadores pedem depoimentos de pessoas como o empresário Marcelo Odebrecht, o doleiro Vinícius Claret e o publicitário Duda Mendonça (Sergio Moraes/Reuters)

Polícia Federal: investigadores pedem depoimentos de pessoas como o empresário Marcelo Odebrecht, o doleiro Vinícius Claret e o publicitário Duda Mendonça (Sergio Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de junho de 2018 às 22h12.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 22h31.

Brasília - Ao pedir a prorrogação por 60 dias das investigações no âmbito de um inquérito que mira o presidente Michel Temer, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, concordou o pedido da Polícia Federal de ouvir mais seis testemunhas, entre elas o empresário Marcelo Odebrecht.

Além de Temer, o inquérito, instaurado no âmbito da delação da Odebrecht, investiga os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco, ambos do MDB.

A investigação foi aberta para apurar relatos de delatores da empreiteira sobre suposto pagamento de R$ 10 milhões em doações ilícitas para campanhas do MDB em troca de favorecimento da empresa. O acordo, segundo a delação, foi firmado durante reunião no Palácio do Jaburu em 2014, quando Temer era vice-presidente.

Ao solicitar mais tempo para a conclusão das investigações, a Polícia Federal apontou a necessidade de novas diligências, entre elas os depoimentos das seguintes pessoas: os delatores da Odebrecht Fernando Migliaccio (que chefiou o Setor de Operações Estruturadas, conhecido como o "departamento de propinas da empreiteira) e Marcelo Odebrecht; o empresário Ibanez Filter (ligado a Padilha); o doleiro Vinícius Claret; Cláudio Barbosa; e o publicitário Duda Mendonça.

A PF também apontou como "pendência" a entrega dos aparelhos celulares utilizados à época dos fatos investigados pelos delatores Cláudio Melo Filho e José de Carvalho Filho.

"Pelos fundamentos expostos, a Procuradora-Geral da República requer a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito epigrafado, por mais 60 (sessenta) dias, nos termos do art. 230, § 1 0, parte final, do Regimento Interno do STF, considerada a existência de diligências pendentes e necessárias ao deslinde das investigações, sem prejuízos de outras reputadas úteis", escreveu Raquel Dodge.

Caberá ao relator do caso, ministro Edson Fachin, decidir pela prorrogação do inquérito.

Mais de Brasil

STF conclui julgamento e mantém derrubada de emendas parlamentares impositivas

PF indicia Anderson Torres e Silvinei Vasques por bloqueios em estradas no 2º turno de 2022

Ideb 2023: rede privada do Rio está entre as piores do país no ensino médio; veja lista dos estados

Lira destrava PEC que limita poderes de ministros do STF após queda de braço sobre emendas

Mais na Exame