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PF prende dois suspeitos de invadir sistema de pagamentos do governo e desviar R$ 15 milhões

A plataforma é responsável pelo processamento, controle e execução financeira, patrimonial e contábil do governo federal brasileiro

PF (Evaristo Sa/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 09h47.

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira, 21, dois suspeitos de participarem de uma invasão aoSistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), que realiza o processamento, o controle e a execução financeira, patrimonial e contábil do governo federal brasileiro. Até o momento, foram identificados furtos no montante de aproximadamente R$ 15 milhões pela plataforma, havendo ainda a detecção de tentativas de desvio de mais de R$ 50 milhões.

De acordo com a PF, a ação visa desarticular organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas e no furto de recursos públicos por meio do Siafi, utilizado por diversos órgãos governamentais.

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Estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, além de três mandados de prisão temporária em Minas Gerais, na Bahia, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Distrito Federal.

A investigação, iniciada após a identificação de desvios de recursos públicos por meio de pagamentos indevidos, revelou um esquema de alta complexidade que incluía a realização de acessos indevidos ao Siafi, mediante a utilização de credenciais falsas de ordenadores de despesas.

“A organização criminosa utilizava técnicas avançadas de invasão cibernética, incluindo campanhas de phishing, por meio do envio de mensagens do tipo SMS com links maliciosos que captavam os dados dos destinatários, e emissão fraudulenta de certificados digitais, para obter acesso a contas e autorizar pagamentos indevidos”, informou a PF.

Além disso, para poder receber os valores desviados, o grupo criminoso também se utilizava de contas de intermediários, conhecidos como "laranjas”, que eram posteriormente ocultados através de instituições de pagamento e exchanges, empresas que atuam como corretoras de criptoativos.

Diante dos fatos, os investigados poderão responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático, furto qualificado mediante fraude, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O nome da operação, Gold Digger, faz alusão ao termo em inglês que literalmente significa "escavador de ouro" ou "minerador", refletindo o caráter meticuloso e persistente das violações na extração ilícita de grandes quantias de dinheiro público. Além disso, o termo possui um sentido pejorativo, utilizado para descrever pessoas que se associam a outras com o objetivo de obter vantagens financeiras, o que reflete o modus operandi dos envolvidos, que buscam se aproveitar dos recursos públicos para lucro próprio.

A PF informou ainda que as investigações continuarão até a completa desarticulação da organização criminosa e a responsabilização de seus integrantes.

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