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PF não vazou informações para Moraes, diz Gilmar Mendes

"Não acredito que tenha havido vazamento. A mim me parece que isso não tem grande relevo", disse ministro do STF


	Gilmar Mendes: "não acredito que tenha havido vazamento. A mim me parece que isso não tem grande relevo", disse ministro do STF
 (Carlos Humberto/SCO/STF)

Gilmar Mendes: "não acredito que tenha havido vazamento. A mim me parece que isso não tem grande relevo", disse ministro do STF (Carlos Humberto/SCO/STF)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2016 às 20h23.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (<a href="https://exame.com.br/topicos/stf"><strong>STF</strong></a>) Gilmar Mendes disse hoje (26) acreditar que não houve vazamento de informações da <a href="https://exame.com.br/topicos/operacao-lava-jato"><strong>Operação Lava Jato</strong></a> para o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. </p>

Ele comparou as declarações do ministro à previsão de uma chuva. Ontem (25), Moraes informou que nesta semana haveria uma nova fase da operação Lava Jato.

"Não acredito que tenha havido vazamento. É possível que não tenha sido o gesto mais feliz, mas é como se alguém previsse que vai chover nesse período, que em geral chove, porque as operações [da Lava-Jato] estão andando. A mim me parece que isso não tem grande relevo”, disse na capital paulista, após ministrar uma aula a alunos de ensino médio.

Ontem, ao participar de um evento de campanha em Ribeirão Preto (interior paulista), com o deputado federal e candidato a prefeito Duarte Nogueira (PSDB-SP), o ministro Alexandre de Moraes disse que haveria uma nova fase da Lava Jato nesta semana. Hoje, a declaração do ministro se concretizou com a deflagração da 35ª fase da Operação Lava Jato, denominada Omertá.

Polícia Judiciária

De acordo com Gilmar Mendes, nas operações da Lava Jato a Polícia Federal atua como polícia judiciária e sequer está submetida, nesse caso, ao Ministério da Justiça.

“Não acredito que [a Polícia Federal] dê informações sobre pessoas [para o ministro da Justiça], até porque isso está submetido ao critério do próprio juiz. A polícia nesse caso é órgão da Justiça, chamada polícia judiciária. Portanto, não pode estar submetida, nesse caso, ao ministério da Justiça”, destacou Mendes.

Abusos e ilegalidades

O ministro do STF voltou a afirmar que a prisão e soltura – horas depois – do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, na semana passada, foi “confusa” e merece esclarecimentos.

“O fato de alguém estar no hospital, ainda que acompanhando a mulher com doença grave, não justificaria a revogação da prisão. Ou houve falha na decretação da prisão ou houve falha na soltura. Uma coisa teria de ser esclarecida.”

Apesar da crítica, Mendes disse ser admirador da Lava Jato, mas alertou para que a Justiça não reprima abusos cometendo abusos.

“[A Lava Jato] é uma grande contribuição para o Brasil. Acho que nós vamos ter um novo Brasil depois disso, mas tem de se ter cuidado para não cometer ilegalidades. Não se reprime abusos cometendo abusos. Tenho chamado atenção para isso. Mas são reparos pequenos em razão do processo que é extremamente complexo.”

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)

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