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PF investiga suspeita de fraude em recursos da Caixa a empresas

Ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima estaria entre os investigados pela operação da PF

Polícia Federal: fonte informou que ex-vice de Pessoa Jurídica investigado é o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 09h08.

Última atualização em 13 de janeiro de 2017 às 10h08.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação para investigar suspeita de fraude na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para empresas entre 2011 e 2013, tendo entre os alvos o ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco e ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais no Distrito Federal, Bahia, Paraná e São Paulo, disse a PF em nota.

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De acordo com a Polícia Federal, o esquema envolveria o então vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, o vice-presidente de Gestão de Ativos do Banco eempresas dos ramos de frigoríficos, de concessionárias de administração de rodovias e de empreendimentos imobiliários, além de um operador do mercado financeiro.

Uma fonte com conhecimento da operação afirmou que o ex-vice de Pessoa Jurídica investigado é o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima.

A fonte disse ainda que o esquema envolvia a liberação de recursos da Caixa para as companhias por meio de direcionamento político, com participação do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca de pagamento de propina.

A PF não identificou as empresas investigadas.

A chamada operação "Cui Bono?" --referência a uma expressão latina que significa "A quem beneficia?", de acordo com a PF-- é um desdobramento da operação Catilinárias, realizada em dezembro de 2015, que incluiu busca e apreensão na casa de Cunha, à época presidente da Câmara.

Segundo a PF, foi extraída uma intensa troca de mensagens entre o ex-presidente da Câmara e o então vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa em um telefone celular apreendido na residência, que indicava possível obtenção de vantagens indevidas pelos investigados em troca da liberação para grandes empresas de créditos junto à Caixa.

Inicialmente o caso tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de se tratar de investigação contra pessoas com foro privilegiado, mas, em virtude dos afastamentos dos investigados dos cargos e funções públicas que exerciam, o STF decidiu encaminhar o inquérito à Justiça Federal do DF, que autorizou a operação desta sexta, de acordo com a PF.

Advogados de Geddel não estavam disponíveis de imediato para comentar. Não foi possível contatar representantes de Cunha imediatamente.

Procurada pela Reuters, a Caixa não tinha um posicionamento de imediato sobre a operação da PF.

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