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PF apreende mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo com auditores da Receita

Funcionários do órgão são acusados de cobrar propina de empresários e delatores da Lava Jato para suspenderem multas e processos tributários

Receita Federal: auditores do órgão são acusados de receber propina em troca de acabarem com processos tributários (Receita Federal/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de outubro de 2019 às 19h50.

Balanço final da Operação Armadeira, divulgado pela Polícia Federal na tarde desta quarta-feira, 2, aponta que mais de R$ 1 milhão em dinheiro vivo foram apreendidos durante a ação contra auditores da Receita acusados de cobrar propina de empresários e delatores da Lava Jato. Em troca do dinheiro, os servidores suspendiam multas e processos tributários no Fisco.

Ao todo, foram localizados R$ 1.109.130,00, US$ 26,9 mil e, ainda, 3,9 mil euros. Somente na casa de Marco Aurélio Canal, apontado como um dos mais influentes da organização criminosa, foram localizados R$ 200 mil. Ele era o supervisor de Programação da Receita e foi preso por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal, o juiz da Lava Jato Rio.

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Canal é acusado de receber R$ 4 milhões de Lelis Teixeira, réu da Lava Jato e ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor).

Lelis fez delação premiada e relatou ter negociado o pagamento para evitar multa contra a empresa de transportes carioca em um processo que corria na Receita.

Outro auditor alvo dos investigadores é Marcial Pereira de Souza que chegou a cobrar propina de 500 mil euros para barrar fiscalização tributária contra Ricardo Siqueira Rodrigues, réu da Operação Rizoma, desdobramento da Lava Jato que investiga desvio de verbas dos fundos de pensão dos Correios, o Postalis, e do Serpros.

A Operação Armadeira cumpriu 14 mandados de prisão e 41 mandados de busca e apreensão no Rio deferidos pelo juiz federal Marcelo Bretas. O juiz decretou o bloqueio de R$ 13,8 milhões do auditor Marcos Aurélio Canal.

Defesa

O advogado Fernando Martins, responsável pela defesa de Canal, declarou, por meio de nota, "que se trata de mais uma prisão ilegal praticada no âmbito da denominada operação Lava Jato, eis que de viés exclusivamente político, atribuindo a Marco Canal responsabilidades e condutas estranhas à sua atribuição funcional e pautada exclusivamente em supostas informações obtidas através de 'ouvi dizer' de delatores".

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