Pela 1ª vez na história, PSDB desiste de eleição; veja quem fica
Além de João Doria, outros 5 pré-candidatos, como Pacheco e Sergio Moro, deixaram a disputa para a presidência; acompanhe os nomes com maiores chances na corrida eleitoral
Carla Aranha
Publicado em 23 de maio de 2022 às 14h43.
Última atualização em 23 de maio de 2022 às 17h05.
Desde sua fundação, em 1988, o PSDB sempre lançou candidato próprio às eleições presidenciais. Em 1989, no primeiro pleito após o fim da ditadura, o partido concorreu à presidência da República com Mário Covas, que ficou com 11,2% dos votos. Em 1994, a legenda pavimentou sua ascensão ao poder com a eleição de Fernando Henrique Cardoso, que ocuparia o Palácio do Planalto por oito anos, e de Covas ao governo do estado de São Paulo, em 1995. Daí em diante, a sigla contabilizaria uma série de vitórias.
"É a primeira vez que o partido não tem candidato próprio à presidência e, pior, deve embarcar em uma chapa, liderada pelo MDB, sem muitas chances de chegar ao segundo turno", diz o cientista político André César, daHold Assessoria. "Ao mesmo tempo, as perspectivas de vencer em São Paulo, onde a sigla governa há quase três décadas, também são diminutas".
A última pesquisa EXAME/IDEIA, realizada em 19 de maio, mostra que Simone Tebet, pré-candidata do MDB às eleições (e até agora, principal nome da terceira via) teria 1% dos votos caso os brasileiros fossem às urnas hoje. É esperada para esta terça, dia 24, a divulgação oficial do apoio do PSDB à candidata.
Em São Paulo, seu principal reduto eleitoral, a legenda também enfrenta dificuldades no cenário eleitoral. Rodrigo Garcia, atual governador, conta com algo ao redor de 5% das intenções de voto -- a liderança segue com Fernando Haddad (PT), com 26% da preferência do eleitorado. O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-governador Márcio França (PSB) seguem em segundo lugar.
Mas o problema vem de longe. Em 2018, o PSDB teve o pior desempenho em eleições presidenciais de sua história, com o ex-governando Geraldo Alckmin amargando um quarto lugar, com apenas 5% dos votos. Logo após a apuração dos resultados, o tucano deixou o comando nacional da sigla, que passou às mãos de Doria. "O partido precisaria ter se reinventado nos últimos anos, renovando as lideranças, como fizeram legendas como o PFL, que se transformou no DEM e permanece ativo na cena política", afirma César.
Veja lista de candidatos
Além de Doria, outros pré-candidatos desistiram de disputar as eleições. Abriram mão da disputa o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil) e o senador Alessandro Vieira (PSDB). O ex-deputado Cabo Daciolo (Partido da Mulher Brasileira) decidiu apoiar Ciro Gomes (PDT). Com a desistência de Doria, a lista de pré-candidatos ao Palácio do Planalto fica assim:
- Jair Bolsonaro (PL)
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
- Ciro Gomes (PDT)
- Simone Tebet (MDB)
- Felipe D'Ávila (Novo)
- Vera Lúcia (PSTU)
- Sofia Manzano (PCB)
- Eymael (DC)
- Pablo Marçal (PROS)
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