Pasta de Segurança Pública pode abrigar Polícia Federal
Ideia de Temer para emplacar agenda popular, Ministério da Segurança Pública pode abarcar PF
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 13h51.
Última atualização em 16 de fevereiro de 2018 às 13h51.
Brasília - Com a perspectiva de derrota na votação da reforma da Previdência , o presidente Michel Temer já tem pronto o desenho para a criação de um Ministério da Segurança Pública, em março. A ideia não é nova, mas foi desengavetada agora pelo Planalto, na tentativa de emplacar uma agenda popular, a sete meses e meio das eleições, desviando o foco de temas áridos e da crise política provocada por investigações que atingem Temer.
O presidente voltou a discutir o desmembramento das atribuições do Ministério da Justiça - que hoje abriga a Secretaria Nacional de Segurança Pública - após o agravamento da violência no Rio e em outras partes do País. Um dos cotados para ocupar o novo ministério é o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Gustavo do Vale Rocha.
Pesquisas encomendadas pelo governo mostram que a segurança é uma das principais preocupações da população, ao lado da saúde. Antes mesmo de sair do papel, no entanto, a pasta sofre resistência por parte dos ministérios da Justiça e da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que argumentam não haver tempo hábil, no último ano de governo, para criar uma estrutura com capacidade de operação efetiva.
O plano sobre a mesa de Temer, em forma de medida provisória, prevê que a Polícia Federal sairá da Justiça e ficará sob o guarda-chuva do Ministério da Segurança Pública. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), por sua vez, permanecerão subordinados à Justiça.
"Tem pouco tempo de governo, mas, em compensação, a emergência da situação é algo gritante. Então, a criação do ministério está sendo mesmo discutida", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR). "Alguma coisa precisa ser feita. O Brasil está em guerra civil", disse o deputado Alberto Fraga (DEM-DF), coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública.
Polícia Federal
Outro fator que pode atrapalhar a estratégia de jogar os holofotes sobre uma pauta positiva é a crise instalada na PF após declarações do diretor-geral da corporação, Fernando Segovia, sobre um inquérito envolvendo Temer.
Um dos trunfos a ser divulgados com a criação do ministério seria a formação de uma força policial dentro da PF, responsável pela atuação nas fronteiras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .