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Parlamentares europeus e latinos apoiam Lula e temem por democracia

Em documento, os políticos manifestaram preocupação com a democracia brasileira e repudiaram "violação aplicada pelo Poder Judiciário contra a Constituição"

Lula: (Ueslei Marcelino/Reuters)

Lula: (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de abril de 2018 às 06h37.

Montevidéu - Deputados progressistas da América Latina e do Parlamento Europeu expressaram, nesta quinta-feira, sua solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar seu pedido de habeas corpus.

Apoiaram membros do parlamento do Mercosul, da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL) do Parlamento Europeu, assim como parlamentares centro-americanos de esquerda, do Parlamento Andino e Parlamento Latino-Americano, segundo o documento enviado à Agência Efe por deputados do Parlasur, com sede em Montevidéu.

"Os parlamentares europeus e latino-americanos manifestamos a nossa preocupação com a democracia brasileira e repudiamos mais uma violação aplicada pelo Poder Judiciário contra a Constituição brasileira e o devido processo legal", diz o documento.

Para aqueles que assinaram o documento, a defesa da Constituição brasileira "implica reconhecer a presunção de inocência, como definida no parágrafo 57 do artigo quinto da mesma".

Os parlamentares repudiam "as recentes manifestações de setores das Forças Armadas do Brasil com explicito apoio de setores da mídia" e condenam energicamente "a emboscada e disparos de armas contra uma recente caravana de Lula pelo sul do Brasil, assim como a execução da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro".

"A saída para a crise política, econômica e social se encontra na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula", assinalam.

O STF negou hoje, por seis votos contra cinco, o habeas corpus que poderia ter livrado Lula da prisão, após o ex-presidente ter sido condenado a 12 anos por corrupção.

Lula já foi considerado culpado por dois tribunais e, de acordo com uma jurisprudência ditada pelo próprio STF e refletida na apertada votação de hoje, uma sentença ratificada em segunda instância já permite o início da execução da pena, o que poderia acontecer nos próximos dias a partir desta decisão.

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