Para tentar chegar no 2º turno, Tabata busca virar votos e seguir com lógica de "proposta e porrada"
Tabata Amaral foca em mobilização e confronto com adversários para aumentar suas chances de chegar ao segundo turno. A meta é subir de 9% para 14% nessa semana
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 1 de outubro de 2024 às 09h01.
Última atualização em 1 de outubro de 2024 às 09h01.
A campanha da deputada Tabata Amaral (PSB) tem uma missão difícil ao tentar chegar no segundo turno em São Paulo até o próximo domingo: superar três adversários que têm mais que o dobro do seu percentual de intenções de voto.
Para aliados, a receita para essa reta final é intensificar a agenda de rua para virar votos e seguir a lógica de "propostas e porradas" nos adversários.
“A ideia é mobilizar a equipe para intensificar as agendas de rua e alcançar mais pessoas”, diz um dos membros do QG da deputada. A ideia é realizar caminhadas e ações na maioria das regiões da cidade.
Tabata teve um leve crescimento nas últimas pesquisas, chegando ao quarto lugar, ultrapassando numericamente o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que perdeu força ao longo da campanha.
Segundo o agregador EXAME/IDEIA, a deputada chegou a 9% das intenções de voto. Tabata conseguiu aumentar sua taxa de conhecimento e hoje um volume considerável de eleitores que a consideram como segunda opção de voto, de acordo com pesquisas públicas e levantamentos internos da campanha.
A candidata do PSB é a segunda opção de potenciais eleitores de Nunes, Boulos e Datena, com força entre mulheres e eleitores mais pobres. Aliados avaliam que o crescimento gradual da deputada, mesmo que tímido, mostra que, quando os eleitores conhecem Tabata, ela vira a primeira opção.
“Vemos um voto volátil de Nunes, por isso nossa aposta nesta semana é virar votos e chegar no último Datafolha com pelo menos 14% para sonhar com o segundo turno”, afirma outro membro da campanha.
Propostas e ataques, na mesma intensidade
Durante a campanha, Tabata se destacou como uma das principais opositoras ao influenciador Pablo Marçal (PRTB), produzindo vídeos sobre o passado criminal do ex-coach. Ao mesmo tempo, a deputada aproveitou o engajamento e o tempo nos debates para apresentar suas propostas.
“Ela vai seguir a tática que tem usado até agora: apresentar propostas e também atacar e expor as incoerências dos demais candidatos”, diz um aliado de Tabata. "Basta ver o exemplo do debate na Folha. Ela perguntou sobre PCDs [pessoas com deficiência] para o Marçal, ele não respondeu. Ela mostrou que ele não tinha propostas e apresentou as delas."
Nos últimos dois debates, a candidata ampliou os ataques ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), e voltou as cargas ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Durante os encontros, Tabata questionou os posicionamentos de Boulos sobre o governo Maduro na Venezuela e legalização das drogas e defesa ao aborto.
“Mostrar as incoerências do Boulos não é nenhuma mudança de estratégia. É evidenciar que existem grandes diferenças entre os dois”, diz um assessor da candidata.
Na última semana, a deputada fez um vídeo na última semana afirmando que eleger Nunes é votar em Bolsonaro, citando o candidato a vice Coronel Melo de Araújo.
O debate na TV Globo será mais um momento para a Tabata se apresentar dessa forma, como a candidata mais preparada, mas firme para enfrentar adversários, segundo o QG do PSB. A preparação para o embate na próxima quinta-feira ainda será realizada, mas um aliado da candidata diz que "não há segredo" e que a candidata está pronta.