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Para Haddad, instituições não estão reagindo a ameças à democracia

Candidato pelo PT se referiu a afirmação do adversário de "varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil"

FERNANDO HADDAD: petista mencionou ainda a afirmação de Eduardo Bolsonaro, eleito deputado federal por São Paulo, de que bastam um soldado e um cabo para fechar o STF (Paulo Whitaker/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 13h59.

O candidato à Presidência do PT, Fernando Haddad , disse hoje (22) que as instituições brasileiras não estão reagindo à altura das ameaças contra a democracia proferidas pelo seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) e seus apoiadores. Ele se referiu a afirmação do adversário de "varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil".

"Ontem, o discurso dele transmitido na [Avenida] Paulista é um absurdo. Ele ameaça a sobrevivência física da oposição a ele, ameaça a imprensa, e as instituições demoram a reagir", disse o candidato referindo-se à mensagem de Bolsonaro transmitida a simpatizantes durante ato político.

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No vídeo, Bolsonaro diz que vai "varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil". "Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão para fora ou vão para a cadeia", enfatiza na transmissão feita para os apoiadores e exibida em um telão.

Supremo

Haddad mencionou ainda a afirmação de Eduardo Bolsonaro, eleito deputado federal por São Paulo, de que bastam um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). Preocupado com os impactos do comentário, o candidato do PT fez o alerta sobre os efeitos de tal manifestação, durante visita a uma cooperativa de catadores de material reciclável em Pinheiros, zona oeste paulistana.

"Nós vamos correr riscos inclusive físicos se nós não alertamos o país que a oposição, jornalistas, juízes, estão sendo ameaçados antes do pleito terminar. Se ele tem a coragem de ameaçar a democracia antes das eleições, o que ele fará com o apoio dos eleitores?."

Haddad reafirmou que espera uma posição mais firme da Justiça Eleitoral diante das denúncias de pagamentos não declarados por empresas para disparos em massa de mensagens através do WhatsApp. "Se todo mundo sabe que houve fraude no primeiro turno com dinheiro sujo de caixa 2 para bombardear as redes sociais com mensagens falsas, o que está se esperando? ", questionou.

TSE

Para Haddad, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está coagido e por isso não tem respondido à altura os problemas enfrentados nas eleições. "As instituições estão se sentindo ameaçadas, inclusive pela linha dura de parte das Forças Armadas. O que o Etchegoyen tinha que dar entrevista ao lado da Rosa Weber? Quem é ele? Que autoridade ele tem no Tribunal Superior Eleitoral? Ele foi se colocar como uma ameaça? Tutelar? Isso nunca aconteceu", criticou sobre a presença do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, na coletiva de imprensa realizada ontem pelo TSE.

Na entrevista de ontem, a presidente do TSE, Rosa Weber, disse que vai combater de forma constitucional qualquer tentativa de desacreditar ou deslegitimar o processo eleitoral brasileiro. Ela negou falhas por parte do tribunal, mas reconheceu que não esperava que a onda de desinformação se voltasse contra a própria instituição.

Reciclagem

Haddad defendeu investimentos federais para acabar com os lixões no país e prometeu mudar o sistema atual. "Nós vamos expandir a experiência de São Paulo, que é tida como das mais exitosas do Brasil para todo o país, inclusive com estímulos federais para a instalação desses equipamentos", disse.

No projeto por ele proposto, os catadores terão como fazer o reaproveitamento dos materiais descartados. "Essa política, se somar tecnologia com a disposição dessa força de trabalho para a reciclagem, nós vamos poder acabar com os lixões que ainda são um problema muito grande no Brasil. Nem toda a cidade está conseguindo cumprir a lei que prevê a instalação de aterros sanitários. Nós somos contra a incineração."

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