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Página sobre assédio por professores recebe 600 denúncias

Meninas denunciam situações abusivas que passaram em sala de aula

Meu Professor Abusador: página reúne relatos de assédio no Facebook (Reprodução/Facebook)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2016 às 09h19.

São Paulo – Os assédios começaram cedo e na escola . Ainda no ensino fundamental, elas se lembram dos olhares constrangedores e comentários abusivos de professores. Na época, elas não entendiam que esse comportamento se configurava como assédio , mas já sentiam um grande desconforto. Foi lembrando dessas situações que três amigas universitárias de Porto Alegre criaram uma página no Facebook para que os alunos possam denunciar o assédio sexual e moral de professores.

A página Meu Professor Abusador recebeu em três dias mais de 600 relatos, a maioria de meninas, denunciando situações abusivas que passaram em sala de aula. Muitas das histórias aconteceram quando elas estavam no ensino fundamental ou médio - ou seja, ainda menores de idade. As denúncias são de assédio em escolas públicas e particulares.

"Meu professor de Biologia do ensino médio postou o seguinte comentário em uma foto minha do Facebook: ‘Gostosa, pena que é minha aluna’", diz um dos relatos. Há casos de professores que teriam tocado partes íntimas das alunas e até proposto sexo em troca de notas.

Todos eles são feitos de forma anônima e as criadoras da página pedem para que as meninas não divulguem o nome dos professores, apenas informações que permitam que as escolas e instituições possam identificá-los e apurar as denúncias.

Mesmo sem terem se identificado, as criadoras da página dizem que já estão recebendo ameaças e ataques. A não identificação dos professores é uma precaução para evitar processos jurídicos e ataques a elas e às alunas que fazem as denúncias.

"Por enquanto estamos divulgando os relatos para levar o debate a um maior número de pessoas e para que as meninas saibam que não estão sozinhas ao enfrentar esse tipo de situação", disseram as mulheres. Elas também pretendem ter a colaboração de uma advogada para auxiliar as meninas que queiram denunciar formalmente os professores abusadores.

Além disso, pretendem elaborar um guia com orientações para as vítimas. "O principal é que a menina não se isole, que procure alguém de confiança e denuncie a situação para órgãos competentes, que não se cale."

Pós-graduação. A Associação de Pós-Graduandos da Universidade Estadual de São Paulo (USP) lançou também no ano passado uma plataforma para que os alunos denunciem situações de assédio moral e sexual sofridos na universidade. "É inadmissível e inaceitável a naturalização que ocorre tanto com os assédios morais, constantes e sistemáticos, como com o assédio sexual, muitas vezes silenciado e abafado dentro dos espaços institucionais da USP", disse a associação. A ideia é futuramente traçar um "mapa do assédio" na universidade. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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São Paulo – Os assédios começaram cedo e na escola . Ainda no ensino fundamental, elas se lembram dos olhares constrangedores e comentários abusivos de professores. Na época, elas não entendiam que esse comportamento se configurava como assédio , mas já sentiam um grande desconforto. Foi lembrando dessas situações que três amigas universitárias de Porto Alegre criaram uma página no Facebook para que os alunos possam denunciar o assédio sexual e moral de professores.

A página Meu Professor Abusador recebeu em três dias mais de 600 relatos, a maioria de meninas, denunciando situações abusivas que passaram em sala de aula. Muitas das histórias aconteceram quando elas estavam no ensino fundamental ou médio - ou seja, ainda menores de idade. As denúncias são de assédio em escolas públicas e particulares.

"Meu professor de Biologia do ensino médio postou o seguinte comentário em uma foto minha do Facebook: ‘Gostosa, pena que é minha aluna’", diz um dos relatos. Há casos de professores que teriam tocado partes íntimas das alunas e até proposto sexo em troca de notas.

Todos eles são feitos de forma anônima e as criadoras da página pedem para que as meninas não divulguem o nome dos professores, apenas informações que permitam que as escolas e instituições possam identificá-los e apurar as denúncias.

Mesmo sem terem se identificado, as criadoras da página dizem que já estão recebendo ameaças e ataques. A não identificação dos professores é uma precaução para evitar processos jurídicos e ataques a elas e às alunas que fazem as denúncias.

"Por enquanto estamos divulgando os relatos para levar o debate a um maior número de pessoas e para que as meninas saibam que não estão sozinhas ao enfrentar esse tipo de situação", disseram as mulheres. Elas também pretendem ter a colaboração de uma advogada para auxiliar as meninas que queiram denunciar formalmente os professores abusadores.

Além disso, pretendem elaborar um guia com orientações para as vítimas. "O principal é que a menina não se isole, que procure alguém de confiança e denuncie a situação para órgãos competentes, que não se cale."

Pós-graduação. A Associação de Pós-Graduandos da Universidade Estadual de São Paulo (USP) lançou também no ano passado uma plataforma para que os alunos denunciem situações de assédio moral e sexual sofridos na universidade. "É inadmissível e inaceitável a naturalização que ocorre tanto com os assédios morais, constantes e sistemáticos, como com o assédio sexual, muitas vezes silenciado e abafado dentro dos espaços institucionais da USP", disse a associação. A ideia é futuramente traçar um "mapa do assédio" na universidade. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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