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Paes diz que restrição foi prorrogada após aumento de 20% na procura por emergências

Novo decreto municipal foi ampliado entra em vigor nesta sexta-feira, dia 12, e vai até o dia 22 de março para combater a pandemia da covid-19

 Eduardo Paes. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Eduardo Paes. (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de março de 2021 às 12h06.

Última atualização em 11 de março de 2021 às 12h23.

O prefeito do Rio Eduardo Paes prorrogou nesta quinta-feira, dia 11, as medidas de restrição na cidade do Rio, que vão do dia 12 a 22 de março, após o aumento pela procura de emergências de pessoas com Covid-19. Em entrevista coletiva nesta manhã, Paes afirmou que subiu 20% o número de pacientes com o coronavírus em UTIs e enfermarias. O medo é que esse número amplie a quantidade de infectados da doença na capital nas próximas semanas. Paes afirmou que 18 novos casos foram notificados de nova variantes no Rio, um deles residente da cidade. Ao todo, a Fiocruz comunicou 43 casos e após a vigilância epidemiológica foram confirmados 13 moradores da capital.

— Nós não vamos ficar esperando lotar as emergências para fazer alguma coisa. Os números hoje apontam para uma situação difícil daqui a um tempo. Tivemos ano passado em torno de 3 mil pessoas na cidade do Rio que perderam vida na maca. Não puderam ser atendidas. Não vamos ficar esperando lotarem as emergências e as pessoas começarem a morrer — diz.

Entretanto, uma semana após decretar o fechamento de bares e restaurantes às 17h para conter a pandemia de Covid-19, Paes ampliou o horário de funcionamento desses estabelecimentos para 21h. A decisão de Paes ocorre dias após a prefeitura brigar e conseguir na Justiça uma liminar que obrigasse os estabelecimentos a respeitarem o horário de fechamento às 17h.

Na última sexta-feira, primeiro dia que o decreto entrou em vigor, os estabelecimentos conseguiram uma liminar na Justiça que permitia o funcionamento até as 20h. No decreto desta quinta-feira há outra liberação, a de serviços nas praias, incluindo ambulantes fixos e itinerantes, até as 17h, o que estava proibido no último decreto.

Alterações nas medidas

O prefeito explica que, se os bares não cumprirem as medidas, vão ser fechados por duas semanas. Em caso de reincidência, o alvará pode ser cassado em definitivo. Paes não descartou fazer medidas mais duras em três bairros onde acontecem muitas aglomerações: Lapa, no Centro; Leblon, na Zona Sul; e Campo Grande, na Zona Oeste.

— Demos uma flexibilizada nas regras de funcionamento dos restaurantes e bares. Vão poder funcionar até 21h e depois não vai ser permitido o consumo nesses locais. Nós identificamos que as duas áreas mais transmissão são o transporte e bares/restaurantes pela interação das pessoas. As medidas da semana passada foram importantes, úteis, necessárias e respeitadas. Se não respeitar, vamos fechar por 15 dias. Se for reincidente, vamos cassar o alvará em definitivo — afirma o prefeito, que ainda alertou:

— Se identificarmos que alguma área temos uma maior aglomeração, podemos tomar medidas para aquele perímetro. Temos polos como Lapa, Dias Ferreira, Campo Grande. Podemos ter medidas específicas para esses lugares.

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Para Paes, as medidas reduziram drasticamrnte a circulação de pessoas na cidade no primeiro período do decreto. O prefeito diz que as medidas ainda podem ser adaptadas, como foi o caso do quiosques, que ficaram fechados, assim como a proibição dos ambulantes de circularem nas praias. No novo decreto, ambos podem atender até as 17h.

— Esse é um processo de aprendizado. O que tava acontecendo é que falavamos, entrava por um ouvido e saia pelo outro, com a população desrespeitando. Tomamos medidas radicais que reduziu drasticamente a redução de circulação da cidade. Entendemos que flexibilizar um pouco não terá problema. Mas essas regras podemos voltar atrás. É obvio que falamos de um setor que emprega muita gente, e o Rio tem um grande índice de desemprego. Buscamos adequar a possibilidade de restringir e preservar vidas com a geração de empregos. Algumas medidas acredito que foram exageradas, como o restaurante podia até as 17h e o quiosque não? Vamos ajustando a realidade — diz.

Tentativa de diminuir aglomeração no transporte

A prefeitura do Rio ainda definiu um horário específico de funcionamento para diversos setores econômicos na cidade, para tentar diminuir a aglomeração nos transportes públicos. Para definir os horários, a prefeitura levou em consideração o número de trabalhadores de cada setor e os horários de pico nos transportes públicos.

— É uma tentativa de diminuir a pressão sob os transportes públicos que, junto com bares e restaurantes, são os principais vetores de contaminação. Debatemos com diversas instituições também dos setores para chegar a esses horários. A ideia é que as pessoas peguem o transporte em horários diferentes, mas podemos mudar as regras caso a gente observe um comportamento inadequado de algum setor — disse Paes.

Reunião com cidades vizinhas

O prefeito Eduardo Paes ainda contou que nesta sexta-feira pela manhã, o governador Claudio Castro irá se reunir com todos os prefeitos da região metropolitana para discutir medidas que possam ser tomadas de forma conjunta de todas as cidades. Nesta quarta-feira especialistas ouvidos pelo GLOBO cobraram uma maior articulação pelo governo do estado.

— Mais uma vê o governador demonstrou apoio com a integração da Saúde e das forças policiais para fiscalziar. É importante que a gente possa integrar ações em diversos municípios. Tem áreas da cidade que se confundem com outros municípios. O governador disse que faria esse papel de integrador. A pessoa que apresenta sintoma na UPA de Nova Iguaçu e ser internada na cidade do Rio e essa é a premissa do SUS.

Paes ainda contou que antes de decretar as novas medidas de restrição nesta semana e na passada foi até o governador comunicar previamente o Palácio Guanabara.

— Algumas medidas de escalonamento e inclusive flexibilização foi muito em razão da manifestação clara do governador de que algumas medidas serão tomadas olhando para toda a região Metropolitana — afirmou.

O prefeito ainda disse que uma parceria com o setor privado deve abrir mais 100 leitos até a próxima semana no Rio. O GLOBO apurou que um convênio entre goveno estadual e uma rede de hospitais deve ser assinado ainda nesta semana para contratação dos leitos. Além disso, a prefeitura deve transformar algumas vagas de enfermaria em UTI para ampliar a oferta em hospitais da rede municipal de Saúde.

Os novos horários de funcionamento:

    • Serviços: 8 horas às 17 horas;
    • Administração Pública: 9 horas às 19 horas
    • Comércio em geral: 10h 30 às 21 horas

    Os estabelecimentos em shoppings e centros comerciais precisam obedecer o horário de acordo com suas atividades.

    Veja o que pode e o que não pode:

      • bares e restaurantes só poderão abrir das 6h às 21h, e com 40% de ocupação, inclusive em shoppings centers — o take away (retirada) de alimentos também está proibido, mas o delivery (entrega) está liberado mesmo após o horário final
      • quiosques na orla, barraqueiros fixos na areia e ambulantes podem fazer atendimento até as 17h
      • prestação de serviços tem horário de funcionamento das 8h às 17h
      • repartições públicas podem funcionar de 9h às 19h
      • comércio, incluindo os shoppings, funcionam das 10h30m às 21h
      • academias funcionam com capacidade reduzida sem restrição de horário
      • continua proibido permanecer em ruas, espaços públicos e praças entre as 23h e as 5h. A multa para quem descumprir essa medida é de R$ 562,42
      • permanecem vetados eventos, festas e rodas de samba
      • o funcionamento de boates, casas de espetáculo, feiras especiais, feiras de ambulantes e de artesanato continua proibido
      • feiras livres estão liberadas

      Atividades que permanecem com as mesmas regras:

      • escolas
      • agências bancárias
      • atividades esportivas
      • áreas de lazer
      • supermercados
      • consultas médicas
      • hospitais
      • transporte de passageiros
      • entrega em domicílio
      • veterinários
      • atividades essenciais - profissionais de saúde e indústrias
      • piscinas, quadras e áreas comuns em condomínios
      • cinemas
      • postos de combustíveis
      • farmácias
      • missas e cultos religiosos
      • hotéis, pousadas e albergues
      • cadeia de abastecimento e logística
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