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Convites a investigados pela PF é encenação, diz oposição

Governo teria convidado a ir ao Congresso apenas "os que nada acrescentarão", afirmou líder tucano

Álvaro Dias: o líder do PSDB afirmou que governo quer apenas passar a ideia de que realiza uma investigação (José Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2012 às 15h16.

Brasília - A oposição do Senado criticou nesta quarta-feira a manobra do governo para evitar que pessoas ligadas ao Executivo e a agências reguladoras, investigadas por uma operação da Polícia Federal que apura venda de pareceres fraudulentos para empresas, sejam levadas ao Congresso.

O líder do PSDB na Casa, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), acusou o governo de estar articulando para evitar a aprovação em comissões de convites aos supostamente envolvidos no esquema, como a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Novoa de Noronha e o ex-advogado-geral adjunto da União José Weber de Holanda Alves.

"É uma orientação de governo. Houve apenas (o convite) daqueles que nada acrescentarão", disse o líder tucano a jornalistas, referindo-se à aprovação de requerimentos em duas comissões do Senado convidando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

"Os que estão diretamente envolvidos não estão sendo chamados... Isso revela que há uma encenação que tem por objetivo passar a ideia de que o governo está investigando, quando na verdade ele está acobertando", afirmou Dias.

A operação da PF que investiga o suposto envolvimento de funcionários do Executivo e de agências reguladoras em esquema de venda de pareceres técnicos fraudulentos, denominada Porto Seguro , veio à tona na última sexta-feira, quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em órgãos do governo federal, incluindo o escritório da Presidência em São Paulo, agências reguladoras, o Ministério da Educação e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.


Houve o indiciamento de 18 pessoas, entre elas a então chefe de gabinete da Presidência e o ex-advogado-geral adjunto da União. Os dois foram exonerados de suas funções pela presidente Dilma Rousseff.

Um acordo entre oposição e governo permitiu o convite a Adams e Cardozo, além dos presidentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco Guaranys, e da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo. Também foi acertado o adiamento de requerimentos para levar investigados ao Senado.

O líder do governo na Casa, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que o governo não tem preocupação em permitir que os investigados compareçam ao Congresso.

"Buscamos ontem o entendimento para o sobrestamento de requerimentos para que não transformemos esta ação numa ação absolutamente de exposição pela exposição, da busca por holofotes pela busca dos holofotes", disse Braga a jornalistas.

"A posição do governo é que nós devemos dar um passo de cada vez. Nós estamos diante, neste momento, de oitivas que o Senado da República fará com os ministros e os presidentes das agências. Ao cabo desta primeira fase, nós vamos avaliar quais os próximos passos", afirmou.

Nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa aprovou novos convites a Cardozo e Adams, mas não houve a deliberação de outros requerimentos. O presidente da comissão, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), explicou aos colegas que os requerimentos não poderiam ser votados por questões regimentais e que podem ser analisados na próxima sessão da CCJ.

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Brasília - A oposição do Senado criticou nesta quarta-feira a manobra do governo para evitar que pessoas ligadas ao Executivo e a agências reguladoras, investigadas por uma operação da Polícia Federal que apura venda de pareceres fraudulentos para empresas, sejam levadas ao Congresso.

O líder do PSDB na Casa, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), acusou o governo de estar articulando para evitar a aprovação em comissões de convites aos supostamente envolvidos no esquema, como a ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Novoa de Noronha e o ex-advogado-geral adjunto da União José Weber de Holanda Alves.

"É uma orientação de governo. Houve apenas (o convite) daqueles que nada acrescentarão", disse o líder tucano a jornalistas, referindo-se à aprovação de requerimentos em duas comissões do Senado convidando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

"Os que estão diretamente envolvidos não estão sendo chamados... Isso revela que há uma encenação que tem por objetivo passar a ideia de que o governo está investigando, quando na verdade ele está acobertando", afirmou Dias.

A operação da PF que investiga o suposto envolvimento de funcionários do Executivo e de agências reguladoras em esquema de venda de pareceres técnicos fraudulentos, denominada Porto Seguro , veio à tona na última sexta-feira, quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em órgãos do governo federal, incluindo o escritório da Presidência em São Paulo, agências reguladoras, o Ministério da Educação e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.


Houve o indiciamento de 18 pessoas, entre elas a então chefe de gabinete da Presidência e o ex-advogado-geral adjunto da União. Os dois foram exonerados de suas funções pela presidente Dilma Rousseff.

Um acordo entre oposição e governo permitiu o convite a Adams e Cardozo, além dos presidentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco Guaranys, e da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo. Também foi acertado o adiamento de requerimentos para levar investigados ao Senado.

O líder do governo na Casa, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), afirmou que o governo não tem preocupação em permitir que os investigados compareçam ao Congresso.

"Buscamos ontem o entendimento para o sobrestamento de requerimentos para que não transformemos esta ação numa ação absolutamente de exposição pela exposição, da busca por holofotes pela busca dos holofotes", disse Braga a jornalistas.

"A posição do governo é que nós devemos dar um passo de cada vez. Nós estamos diante, neste momento, de oitivas que o Senado da República fará com os ministros e os presidentes das agências. Ao cabo desta primeira fase, nós vamos avaliar quais os próximos passos", afirmou.

Nesta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa aprovou novos convites a Cardozo e Adams, mas não houve a deliberação de outros requerimentos. O presidente da comissão, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), explicou aos colegas que os requerimentos não poderiam ser votados por questões regimentais e que podem ser analisados na próxima sessão da CCJ.

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