Brasil

Operação Mato Cerrado investiga fraudes em município baiano

Durante a operação na manhã de hoje (12), que contou com mais de 100 agentes dos órgãos envolvidos na força-tarefa, foram cumpridos 22 mandados de busca


	PF: durante a operação na manhã de hoje (12), que contou com mais de 100 agentes dos órgãos envolvidos na força-tarefa, foram cumpridos 22 mandados de busca
 (Rovena Rosa / Agência Brasil)

PF: durante a operação na manhã de hoje (12), que contou com mais de 100 agentes dos órgãos envolvidos na força-tarefa, foram cumpridos 22 mandados de busca (Rovena Rosa / Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2016 às 15h37.

A prefeitura do município baiano de Caatiba foi alvo de investigação da Polícia Federal (PF), Receita Federal, Controladoria Geral da União e Ministério Público Federal, na Operação Mato Cerrado, que apura desvios de recursos públicos da prefeitura municipal.

Durante a operação na manhã de hoje (12), que contou com mais de 100 agentes dos órgãos envolvidos na força-tarefa, foram cumpridos 22 mandados de busca em Caatiba, Vitória da Conquista, Planalto e na capital Salvador.

A casa do atual prefeito de Caatiba, Joaquim Mendes de Souza Júnior, também teve objetos levados por policiais.

De acordo com a PF, as investigações identificaram irregularidades nas licitações para contratação de cooperativas nas áreas de transporte escolar, saúde e logística.

As cooperativas teriam sido criadas apenas no papel, com características diferentes das exigidas na legislação. Além disso, as licitações teriam sido simuladas e superfaturadas, como apontam as investigações.

“O prefeito, após a eleição, assumiu o mandato [em 2013] com algumas dívidas de campanha que precisavam ser sanadas e, pra isso, utilizava licitações [irregulares] para contratar cooperativas que não existiam e conseguir dinheiro”, conta o chefe da Delegacia da Polícia Federal em Vitória da Conquista, delegado Rodrigo Kolbe.

O atual prefeito de Caatiba, Joaquim Mendes de Souza Júnior, comandava todo o esquema, com a participação da esposa – que já foi Secretária de Saúde do Município –, do secretário Municipal de Administração, do assessor jurídico da prefeitura e do contador das pessoas jurídicas contratadas pela prefeitura.

A Polícia Federal informou ainda que a fraude em licitações para contratação de cooperativas de fachada permitia ao grupo envolvido favorecimento na área tributária, já que uma cooperativa otimiza, de acordo com a legislação, a prestação de serviço com a redução de custos.

Além disso, cooperativas são isentas de tributos, como Imposto de Renda e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido.

Com isso, o grupo teria pago cerca de R$ 15 milhões à cooperativa fantasma, com verbas destinadas à saúde e à educação. Desse total, R$ 5 milhões eram desviados de volta para os agentes públicos.

Além disso, o grupo pode ter deixado de repassar mais de R$ 40 milhões à Receita Federal, em sonegação.

A PF disse que os envolvidos devem responder pelos crimes de responsabilidade, fraude em licitação, organização criminosa, além de ato de improbidade e, possivelmente, sonegação fiscal.

O prefeito de Caatiba continua no exercício do mandato e ninguém foi preso nesta fase da operação.

Acompanhe tudo sobre:Ministério PúblicoPolícia FederalPrefeituras

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus