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O que Fernando Baiano já revelou para a Polícia Federal

Apontado como operador do PMDB em esquema de corrupção, Baiano afirma que recebeu R$ 20 milhões por intermediar dois contratos da Petrobras

Agentes da Polícia Federal durante a sétima fase da Operação Lava Jato, em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Talita Abrantes

Publicado em 22 de novembro de 2014 às 10h19.

São Paulo - Ontem, o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, depôs Polícia Federal. Ele é um dos suspeitos de participar do esquema de corrupção envolvendo Petrobras e grandes empreiteiras do país.

Seu depoimento é fundamental para a continuidade das investigações. Baiano foi citado por Alberto Youssef em sua delação premiada como sendo o operador do PMDB no esquema. Ou seja, ele seria o responsável por arrecadar propina para o partido durante as negociações de contratos da Petrobras. Ele nega, contudo, que tenha qualquer relação com o PMDB.

Ontem, o juiz Sérgio Moro que acompanha o caso determinou a prisão preventiva de Baiano. Ele estava preso desde a última terça-feira, quando se entregou após ser declarado pela Justiça. Hoje venceria o prazo da prisão temporária do empresário.

Veja o que ele já contou à Polícia Federal:

Ele teria recebido R$ 20 milhões para intermediar dois negócios

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De acordo com o jornal Estado de S. Paulo, Baiano teria afirmado à PF que foi responsável por intermediar dois projetos de construção de sondas de perfuração da área da diretoria Internacional da Petrobras.

Para isso, ele teria recebido R$ 20 milhões entregues pelo lobista Julio Gerin Camargo, que atuava pela empreiteira Toyo Setal. Camargo afirma que teria pago o R$ 40 milhões em propina ao lobista, segundo relato da Agência Brasil.

Relação com a Petrobras teria começado durante governo FHC

Os negócios de Baiano com a estatal teriam começado em 2000, quando fechou um contrato com a empresa espanhola Union Fenosa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário ainda teria dito à Polícia Federal que conheceu Nestor Cerveró, que comandou a área Internacional da Petrobras, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.

Cerveró é o autor do relatório que baseou a compra da refinaria de Pasadena em 2006. A suspeita da PF é de que a atuação de Baiano estivesse concentrada exatamente na área comandada pelo ex-diretor da estatal.

Yousseff teria pedido dinheiro para campanhas

O empresário teria dito também que o doleiro Alberto Yousseff, peça central das investigações da Lava Jato, teria pedido doações para campanhas políticas. Segundo ele, o pedido teria partido de Paulo Roberto Costa, então diretor de abastecimento da Petrobras.

Com isso, ele teria tentado intermediar doações da Andrade Gutierrez. De acordo com Baiano, o então presidente da empreiteira Otávio Marques Azevedo teria recusado a proposta - para decepção de Yousseff que ameaçou complicar as negociações entre a empresa e a Petrobras. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

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