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O Brasil que dá certo: com menos riscos, cirurgia robótica cresce no país

O país ocupa a nona posição de maior capacidade instalada do mundo. Estudo brasileiro avaliou o custo-benefício para pacientes e sistema de saúde

O Brasil conta com 75 equipamentos espalhados por todas as regiões. (Press Intuitive Da Vinci/Divulgação)
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Gilson Garrett Jr

Publicado em 20 de março de 2021 às 08h00.

A tecnologia é aliada de muitos profissionais de saúde para melhorar a eficiência no tratamento de pacientes e reduzir os custos. A cirurgia robótica, lançada no ano 2000, cresce cada vez mais no Brasil, que conta com 75 equipamentos espalhados por todas as regiões. O país ocupa a nona posição de maior capacidade instalada do mundo.

Apesar de ter um custo de instalação alto - 3 milhões de dólares, cerca de 16 milhões de reais - o investimento compensa, principalmente nas cirurgias de câncer de próstata. O médico Renato Almeida Rosa de Oliveira, cirurgião do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e do departamento de Uro-Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, fez um estudo para avaliar se os benefícios compensam o alto valor do equipamento.

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A análise foi feita com 205 pacientes, que precisavam fazer o tratamento para o câncer de  próstata, ao longo de cinco anos. Nesta amostra, 56 pacientes foram submetidos à cirurgia robótica e 149 pacientes fizeram a chamada prostatectomia radical retropúbica, sem o uso do robô. “Para analisar o quanto cada tratamento é custo-efetivo, consideramos todos os investimentos em tratamentos primários, complementares, resgate, complicações e exames de acompanhamento”, explica.

Embora o investimento em cirurgia robótica seja alto, a análise de custo-efetividade demonstrou vantagem na utilização da cirurgia considera menos invasiva. Os dados apontaram que esses pacientes apresentaram duas vezes menos complicações de incontinência urinária e três vezes menos disfunção erétil, com custos dentro dos parâmetros estabelecidos para a economia brasileira.

Ou seja, o custo inicial de aquisição do equipamento é compensado pela redução de outras complicações e tratamentos secundários. Isso se deve em grande medida aos benefícios do equipamento. O principal deles é ter uma precisão milimétrica, porque o campo de visão do médico aumenta em até 20 vezes.

Cirurgia robótica no mundo

Em todo o mundo, são realizadas anualmente cerca de 1,2 milhão de cirurgias robóticas. Em 2019 o Brasil realizou 13.000 procedimentos e vinha em um processo de ascensão, com mais cirurgias. Metade deste número foi apenas de cirurgias urológicas, sobretudo para tratar o câncer de próstata.

Gustavo Guimarães, diretor do IUCR e coordenador dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a pandemia de covid-19 freou este aumento, mas não o de aquisição de máquinas. Na estimativa dele, o país deve chegar até o fim do mês com 80 equipamentos.

“Há quase 10 anos todos os robôs estavam no Sudeste. Agora temos em todas as regiões. Não estão só nas capitais, tem no interior também. Era para estarmos com 100 a 120 robôs se não fosse a pandemia. Comparado globalmente, estamos em uma posição privilegiada”, avalia.

 

 

 

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