"O Brasil deve adiar as Olimpíadas?", questiona NY Times
Diante de uma crise política e uma epidemia de zika, o país teria condições para receber milhares de turistas e atletas do mundo todo?
Talita Abrantes
Publicado em 16 de maio de 2016 às 19h31.
São Paulo – Faltando três meses para as Olimpíadas do Rio, o jornal americano New York Times questiona se o Brasil deveria adiar a realização dos jogos.
A dúvida da publicação faz sentido. Diante deuma crise política e econômica, além de uma epidemia de zika , o país teria condições para receber milhares de turistas e atletas do mundo todo a partir de agosto próximo?
Três articulistas respondem a essa questão na página de debates do jornal.
Para o professor Jules Boykoff, da Pacific University em Oregon, os jogos olímpicos podem ser uma ótima oportunidade para dar holofotes ao dissenso político.
“Há sete anos, o povo do Rio de Janeiro recebeu um buquê de promessas – agora eles possuem apenas as cascas. Adiar os jogos não soluciona isso. Os protestos, sim”, afirma Boykoff, que é autor do livro “Power Games”.
Por outro lado, o pesquisador Christopher Gaffney, da Universidade de Zurique, argumenta que seria irresponsável enviar milhares de pessoas para o Brasil. “As Olimpíadas do Rio deveriam ser adiadas até que haja uma maior compreensão da transmissão do Zika Vírus”, diz.
O especialista lembra que, no meio dessa crise de saúde pública, o ministro da saúde do governo Dilma foi afastado do cargo – junto com sua equipe – e o orçamento do RJ para a saúde foi cortado em 30%.
“Os governos do estado do Rio e da cidade demonstraram que são incapazes de atender as necessidades de saúde básicas dos habitantes do Rio de Janeiro”, diz. “Hospedar de maneira segura 500 mil turistas estrangeiros está além do alcance do Brasil e do Rio neste momento”.
Já para Theresa Williamson, diretora-executiva da ONG Catalytic Communities, a escolha do Rio de Janeiro para sediar os jogos foi um erro – mesmo quando a crise política e a explosão de casos de zika não figuravam na lista de problemas da cidade.
“O Rio irá sediar uma Olímpiada livre de problemas ao fazer o que faz melhor: esconder todas suas deficiências e apresentar uma face artificial”, diz.
São Paulo – Faltando três meses para as Olimpíadas do Rio, o jornal americano New York Times questiona se o Brasil deveria adiar a realização dos jogos.
A dúvida da publicação faz sentido. Diante deuma crise política e econômica, além de uma epidemia de zika , o país teria condições para receber milhares de turistas e atletas do mundo todo a partir de agosto próximo?
Três articulistas respondem a essa questão na página de debates do jornal.
Para o professor Jules Boykoff, da Pacific University em Oregon, os jogos olímpicos podem ser uma ótima oportunidade para dar holofotes ao dissenso político.
“Há sete anos, o povo do Rio de Janeiro recebeu um buquê de promessas – agora eles possuem apenas as cascas. Adiar os jogos não soluciona isso. Os protestos, sim”, afirma Boykoff, que é autor do livro “Power Games”.
Por outro lado, o pesquisador Christopher Gaffney, da Universidade de Zurique, argumenta que seria irresponsável enviar milhares de pessoas para o Brasil. “As Olimpíadas do Rio deveriam ser adiadas até que haja uma maior compreensão da transmissão do Zika Vírus”, diz.
O especialista lembra que, no meio dessa crise de saúde pública, o ministro da saúde do governo Dilma foi afastado do cargo – junto com sua equipe – e o orçamento do RJ para a saúde foi cortado em 30%.
“Os governos do estado do Rio e da cidade demonstraram que são incapazes de atender as necessidades de saúde básicas dos habitantes do Rio de Janeiro”, diz. “Hospedar de maneira segura 500 mil turistas estrangeiros está além do alcance do Brasil e do Rio neste momento”.
Já para Theresa Williamson, diretora-executiva da ONG Catalytic Communities, a escolha do Rio de Janeiro para sediar os jogos foi um erro – mesmo quando a crise política e a explosão de casos de zika não figuravam na lista de problemas da cidade.
“O Rio irá sediar uma Olímpiada livre de problemas ao fazer o que faz melhor: esconder todas suas deficiências e apresentar uma face artificial”, diz.