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No Senado, Renan Calheiros diz que não há eleição sem voto secreto

Senador do MDB defendeu a decisão do ministro Dias Toffoli de que a eleição da presidência do Senado deve ser realizada pelo voto fechado

Renan Calheiros: "Não há eleição sem voto secreto porque teríamos influência deletéria dos poderes", disse o senador (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 13h16.

Brasília - Ao chegar ao Senado nesta manhã, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de que a eleição da presidência do Senado deve ser realizada pelo voto fechado.

"Não há eleição sem voto secreto porque teríamos influência deletéria da mídia, do poder econômico, do poder político, do Poder Judiciário. A democracia não caminha dessa forma", disse.

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Durante a entrevista de Renan a jornalistas, na entrada do plenário, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) questionou Renan sobre outros momentos em que ele não aceitou decisões judiciais.

Renan defendeu que o voto secreto é um pressuposto universal em qualquer tipo de eleição e afirmou não saber como a sessão deste sábado se desenrolaria. O plenário está reunido neste momento para dar continuidade ao processo.

Aos jornalistas, Renan afirmou que é importante resolver este imbróglio rapidamente para que o Congresso possa avançar nos trabalhos, como a votação da reforma da Previdência.

"Eu disse ao Paulo Guedes ministro da Economia e a algumas pessoas do governo que a minha reforma é a mais profunda que puder. Que aproxime o sistema, que atualize tecnicamente a questão da idade e que fundamentalmente combata privilégios", disse.

Sobre as críticas de que seu nome representa a velha política, Renan afirmou que a renovação "é o resultado do que se faz, o resultado do que se conduz, é o que se fez ou deixou de fazer". "Não é um número que está na carteira de identidade da gente", disse.

Recurso

O senador Davi Alcolumbre(DEM-AP) disse que os senadores avaliam entrar com recurso para questionar a votação para a escolha do presidente.

"Estávamos reunidos agora discutido e a assessoria jurídica do Senado deve sim entrar com recurso e estamos aguardando isso para decidir. Infelizmente não temos mesa, portanto estamos tentando buscar um consenso", disse Alcolunbre, acrescentando que tentaria presidir a sessão.

Ele disse que a maioria dos senadores querem votar hoje, mas o recurso pode não ficar pronto neste sábado e há possibilidade de que a votação seja contestada depois.

Os senadores entenderam que não há conflito ético em, mesmo a votação sendo secreta, eles declararem o voto.

Senadores reunidos no gabinete de Tasso Jereissati (PSDB-CE) cogitam a possibilidade de adiar a sessão de hoje para terça-feira. A senadora Simone Tebet(MDB) acabou de sair da reunião, mas não falou com a imprensa. Seguem reunidos Davi Alcolumbre (DEM-AP), Major Olímpio (PSL-SP),Soraya Thronicke (PSL-MS), Otto Alencar (PSD-BA), Antonio Anastasia (PSDB-MG, Roberto Rocha (PSB-MA), Izalci Lucas (PSDB-DF) e Eduardo Girão (PROS-CE). A senadora Leila do Vôlei (PSB-DF) acaba de chegar para o encontro.

Pressão

Após o relógio marcar 11h, senadores começaram a pressionar a segurança do Senado Federal - abrir o acesso ao Plenário. Corria o rumor de que Alcolumbre pudesse ter impedido a abertura das portas.

O presidente em exercício do Senado, José Maranhão (MDB-PB), declarou aberta, por volta das 11h45 deste sábado, a sessão. Assim que abriu os trabalhos, Maranhão solicitou que o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) fizesse a leitura da decisão judicial do Supremo Tribunal Federal, que decidiu que a eleição interna deve ser feita com votação secreta.

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