No Rio, PF mira em mais um ex-secretário de Paes em nova operação
Bethlem seria intermediário em esquema criminoso ligado ao transporte público no Rio
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de agosto de 2017 às 12h04.
São Paulo - A Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-secretário de Assistência Social do Rio de Janeiro na gestão de Eduardo Paes (PMDB), Rodrigo Bethlem (PMDB). A ação, que ocorre nesta terça-feira, 15, é desdobramento da operação Ponto Final, uma das etapas da Lava Jato, que investiga desvios no setor de transportes.
Bethlem foi encontrado pelos agentes da PF em casa, num condomínio na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Ele foi intimado a prestar esclarecimentos na sede da Polícia Federal, mas não é obrigado a comparecer. Agentes da polícia também fizeram buscas em um prédio comercial onde o ex-secretário possui escritório.
No início do mês, Alexandre Pinto, ex-secretário de Obras na gestão Paes, também foi alvo de operação da PF.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Ele atendeu ao pedido do Ministério Público Federal (MPF). Mensagens encontradas pelo MPF em celulares de presos da primeira etapa da operação Ponto Final indicariam que Rodrigo Bethlem seria intermediário em esquema criminoso ligado ao transporte público no Rio. Nas mensagens, haveria ainda o indicativo de que suposto pagamento de propinas seria mantido na atual gestão municipal.
Defesas
A reportagem entrou contato com o advogado de Rodrigo Bethlem, mas não obteve retorno. A Prefeitura do Rio, por sua vez, emitiu nota dizendo que "repudia com veemência as insinuações descabidas de qualquer possibilidade de escândalos no setor de transporte do governo anterior ter continuado na atual gestão".
O texto afirma ainda que a atual administração "conseguiu impedir novamente o aumento da tarifa de ônibus urbanos do município, contrariando a reivindicação dos empresários e até decisão de primeira instância da Justiça."
Eduardo Paes também se manifestou sobre a ação. "A operação de hoje não guarda qualquer relação com o período em que Rodrigo Bethlem foi secretário do governo do ex-prefeito Eduardo Paes. Aliás ele já não mantém relações políticas com o ex-prefeito Eduardo Paes desde 2014, tendo inclusive apoiado a eleição do atual prefeito."