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Netinho usa verba de gabinete para pagar site eleitoral

De acordo com a prestação de contas realizada pelo vereador, ao menos R$ 27,5 mil foram repassados à empresa PN Mídia, em 2014

Netinho de Paula: o regimento da Casa veta a utilização do recurso para custear atividades que não façam parte da rotina parlamentar (Roosewelt Pinheiro/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 10h33.

São Paulo - O vereador Netinho de Paula ( PCdoB ) usou a verba mensal a que tem direito como parlamentar para custear parte das despesas que assumiu na eleição passada, quando foi candidato a deputado federal.

De acordo com a prestação de contas realizada por ele, ao menos R$ 27,5 mil foram repassados à empresa PN Mídia, em 2014, para pagar serviços de criação e elaboração do site da campanha.

Três meses após o término da eleição, a página http://www.netinhodepaulaoficial.com.br, usada até outubro para divulgar as atividades de Netinho durante a eleição, continua no ar.

A última atualização, no entanto, ocorreu em 4 de outubro do ano passado, quando o vereador e candidato participou de uma carreata em Carapicuíba, na Grande São Paulo, para pedir apoio a eleitores da cidade. Com um total de 82 mil votos, ele não se elegeu.

De acordo com informações do link "transparência" do site da Câmara Municipal, o serviço realizado pela empresa de comunicação contratada por Netinho custava R$ 5,5 mil mensais a seu gabinete. A PN Mídia foi paga em junho, julho, agosto, setembro e novembro.

A mesma firma também desenvolveu a página do mandato do vereador Netinho. Neste caso, o endereço, cujo nome é praticamente o mesmo do site de campanha, não é atualizado desde fevereiro de 2013.

Quem acessa o http://www.netinhodepaula.com.br não tem nem sequer uma informação sobre os projetos votados pelo parlamentar no ano passado, caso do Plano Diretor.

A reportagem tentou contato com os responsáveis pela PN Mídia na segunda, 26, sem sucesso. No site da empresa, criada há três anos, constam os nomes de alguns clientes da área artística - Netinho, que já foi secretário municipal da Igualdade Racial e está cotado para voltar à gestão Fernando Haddad (PT), não está na lista.

"O que mais chama a atenção é que o vereador nem se preocupou em esconder que usa a verba de gabinete para uso político. A nota que ele apresenta para justificar seus gastos especifica que o pagamento é para bancar o site da campanha", diz Alecir Macedo, um dos fundadores do projeto "Adote um Vereador", que incentiva a população a fiscalizar o Legislativo.

'Doação'

A Câmara dá a cada parlamentar o direito de gastar R$ 18,8 mil mensais, em média, com despesas de escritório, serviços gráficos ou digitais, correios e combustível, entre outros.

Oficialmente, foi dessa cota que Netinho tirou a verba para pagar a criação e manutenção de seu site de campanha. O regimento da Casa, porém, veta a utilização do recurso para custear atividades que não façam parte da rotina parlamentar.

Netinho de Paula informou que as notas foram lançadas por engano em sua prestação de contas. A criação do site teria sido "doada" pela empresa.

Só o gasto de novembro teria sido realizado de fato, já que parte do conteúdo usado na eleição será repassado para a página do mandato do vereador. Já a Presidência da Câmara informou que pedirá o ressarcimento da verba usada ilegalmente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - O vereador Netinho de Paula ( PCdoB ) usou a verba mensal a que tem direito como parlamentar para custear parte das despesas que assumiu na eleição passada, quando foi candidato a deputado federal.

De acordo com a prestação de contas realizada por ele, ao menos R$ 27,5 mil foram repassados à empresa PN Mídia, em 2014, para pagar serviços de criação e elaboração do site da campanha.

Três meses após o término da eleição, a página http://www.netinhodepaulaoficial.com.br, usada até outubro para divulgar as atividades de Netinho durante a eleição, continua no ar.

A última atualização, no entanto, ocorreu em 4 de outubro do ano passado, quando o vereador e candidato participou de uma carreata em Carapicuíba, na Grande São Paulo, para pedir apoio a eleitores da cidade. Com um total de 82 mil votos, ele não se elegeu.

De acordo com informações do link "transparência" do site da Câmara Municipal, o serviço realizado pela empresa de comunicação contratada por Netinho custava R$ 5,5 mil mensais a seu gabinete. A PN Mídia foi paga em junho, julho, agosto, setembro e novembro.

A mesma firma também desenvolveu a página do mandato do vereador Netinho. Neste caso, o endereço, cujo nome é praticamente o mesmo do site de campanha, não é atualizado desde fevereiro de 2013.

Quem acessa o http://www.netinhodepaula.com.br não tem nem sequer uma informação sobre os projetos votados pelo parlamentar no ano passado, caso do Plano Diretor.

A reportagem tentou contato com os responsáveis pela PN Mídia na segunda, 26, sem sucesso. No site da empresa, criada há três anos, constam os nomes de alguns clientes da área artística - Netinho, que já foi secretário municipal da Igualdade Racial e está cotado para voltar à gestão Fernando Haddad (PT), não está na lista.

"O que mais chama a atenção é que o vereador nem se preocupou em esconder que usa a verba de gabinete para uso político. A nota que ele apresenta para justificar seus gastos especifica que o pagamento é para bancar o site da campanha", diz Alecir Macedo, um dos fundadores do projeto "Adote um Vereador", que incentiva a população a fiscalizar o Legislativo.

'Doação'

A Câmara dá a cada parlamentar o direito de gastar R$ 18,8 mil mensais, em média, com despesas de escritório, serviços gráficos ou digitais, correios e combustível, entre outros.

Oficialmente, foi dessa cota que Netinho tirou a verba para pagar a criação e manutenção de seu site de campanha. O regimento da Casa, porém, veta a utilização do recurso para custear atividades que não façam parte da rotina parlamentar.

Netinho de Paula informou que as notas foram lançadas por engano em sua prestação de contas. A criação do site teria sido "doada" pela empresa.

Só o gasto de novembro teria sido realizado de fato, já que parte do conteúdo usado na eleição será repassado para a página do mandato do vereador. Já a Presidência da Câmara informou que pedirá o ressarcimento da verba usada ilegalmente.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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