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Navio identificado pela Ufal não foi responsável por óleo, diz Marinha

Segundo a Marinha, se a embarcação fosse a apontada pela universidade, o óleo apareceria no litoral bem antes de 30 de agosto, data do primeiro registro

Óleo em praias: Marinha informou que não só ela, mas os demais colaboradores, nacionais e estrangeiros, "permanecerão conduzindo a investigação" (Teresa Maia/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 07h56.

Brasília — A Marinha distribuiu nota descartando a possibilidade levantada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que informou neste domingo, 17, ter identificado um navio cargueiro que teria partido da Ásia em direção à África como o responsável pelo derramamento de óleo no litoral brasileiro.

O cargueiro não está na lista das cinco embarcações apontadas pela Marinha como as principais suspeitas pelo derramamento.

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A negativa foi dada com base em estudos realizados pelo Centro de Hidrografia da Marinha e pela geointeligência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) .

De acordo com a nota a Marinha, a hipótese apresentada pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), sobre um eventual derramamento de óleo ocorrido por um navio a 26 km da costa da Paraíba, em 19 de julho, "não geraria o espalhamento de manchas que foi observado em nosso litoral, principalmente no sul do Estado da Bahia e norte do Estado do Espírito Santo".

Segundo a Marinha, se a embarcação fosse a apontada pela universidade, o óleo apareceria no litoral bem antes de 30 de agosto, data do primeiro registro. A hipótese levantada pelo Lapis foi apresentada pelo coordenador do laboratório, Humberto Barbosa.

"O Ibama, por meio de geointeligência, considerou que não existem elementos científicos para afirmar que a feição linear escura encontrada nas imagens de radar apresentadas pelo Lapis trata-se de vazamento de óleo, sendo provável que seja fenômeno natural formado pelo rastro de um navio", prossegue a nota.

A Marinha também informou que não só ela, mas os demais colaboradores, nacionais e estrangeiros, "permanecerão conduzindo a investigação até que todas as questões envolvidas sejam elucidadas". Ressaltou ainda que "o ineditismo dessa ocorrência exigiu o estabelecimento de protocolo próprio de investigação, demandando a integração e coordenação de diferentes organizações e setores da sociedade, além de ampla troca de informações com organismos internacionais".

A Marinha esclarece que o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), "estabeleceu uma coordenação científica com apoio de mais de 100 pesquisadores e cientistas de Universidades e Institutos de Pesquisa" para investigar o ocorrido e que "o estudos e metas contemplam ações de curto, médio e longo prazo".

Em outro comunicado, a Marinha, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Ibama informam que nesta segunda-feira, 18, o navio-patrulha Guanabara encontra-se na região do Delta do Parnaíba-PI, com agentes do ICMBio e Secretaria de Meio Ambiente do Piauí embarcados, de modo a reforçar as ações de busca e recolhimento de resíduos oleosos no mar.

Diz também que na costa do Piauí militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica e todos os equipamentos disponíveis pelas forças estão sendo empregados em ações de limpeza e coleta de vestígios de óleo, assim como os agentes de órgãos estaduais e municipais. Além disso, equipes do Ibama e ICMBio "realizam ações de acompanhamento e avaliação dos possíveis danos causados na região".

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