Brasília - “Não sei e estou de saída. Não estou nem aí”.
Estas foram as palavras do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Joaquim Barbosa , em resposta a questionamento de jornalistas sobre os dados do Censo do Judiciário, que mostrou que apenas 1,4% dos magistrados do país são pretos.
Perguntado se o censo poderá levar à discussão sobre as cotas no Judiciário, Barbosa usou uma expressão em alemão para dizer que não está preocupado com o assunto porque irá se aposentar.
“Não sei e estou de saída. Es ist mir ganz egal [expressão em alemão que significa 'para mim tanto faz']. Não estou nem aí”, afirmou, ao deixar a última sessão do conselho antes de sua aposentadoria, prevista para o fim do mês.
Questionado sobre o balanço de sua gestão e a última sessão no CNJ, Barbosa afirmou: “Eu tenho um balanço, procurem a assessoria. Balanço de ordem financeira, orçamentária, de ordem administrativa, disciplinar, tem todos esses dados. Agora, vocês nunca querem saber”.
O Censo do Poder Judiciário, apresentado por Barbosa em sua sessão à frente do CNJ, foi feito de forma voluntária por servidores e magistrados de todo o país.
Os dados apontam o perfil médio da magistratura é de homens brancos (84,5%), com média de idade de 45 anos, casado e com filhos.
De acordo com o levantamento, 14% dos magistrados se declararam pardos; 1,4% pretos e apenas 0,1% se identificaram como indígenas.
De acordo com a classificação racial usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somados, pretos e pardos formam o grupo de negros.
- 1. Brigas de Vossas Excelências
1 /11(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
São Paulo - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Joaquim Barbosa , confirmou nesta quinta-feira que vai se aposentar antecipadamente e deixar a corte em junho. Barbosa ocupava uma cadeira no
Supremo desde 2003, mas foi com a exposição do
mensalão que seu temperamento forte ficou conhecido do público em geral. No mais longo julgamento penal da história da Corte, foram frequentes os embates com o ministro Ricardo Lewandowski, mas Barbosa trocou ou distribuiu farpas até com jornalistas. Veja a seguir algumas das brigas protagonizadas por ele.
- 2. Com Luís Barroso
2 /11(Gervásio Baptista/STF)
Data: 26/02/2014 Motivo: em sessão que analisava os recursos do mensalão chamados de embargos infringentes, o presidente do STF se irritou quando Luís Roberto Barroso disse que as penas de formação de quadrilha haviam sido desproporcionais. "A sua decisão não é técnica, ministro, é política", afirmou."A fórmula já é pronta, vossa excelência já tinha antes de chegar ao tribunal? Parece que sim", acusou Barbosa.
- 3. Com Lewandowski 1
3 /11(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Data: 15/08/2013
Motivo: Em mais uma discussão com o vice-presidente do STF, Ricardo Lewandowski,
Barbosa o acusou de fazer "chicana" no Tribunal, isto é atrapalhar ou atrasar o andamento de um processo.“Estamos com pressa para quê? Nós queremos fazer justiça”, disse Lewandowski. “Para fazer nosso trabalho, e não chicana, minsitro”, foi a resposta de Barbosa.
- 4. Com Lewandowski 2
4 /11(Nelson Jr./STF)
Dia: 12/11/12 Motivo: Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski trocaram acusações devido à inversão da ordem do julgamento do mensalão.“Eu não aceito surpresas, senhor relator. Não é possível procedermos desta forma", disse Lewandowski. Ao que Barbosa respondeu: “O que surpreende é o joguinho. Eu que estou surpreendido com ação de obstrução de Vossa Excelência".
- 5. Com jornalista
5 /11(Nelson Jr./STF)
Data: 05/03/2013
Motivo: Abordado pelo jornalista Felipe Recondo, do jornal O Estado de S. Paulo, Joaquim Barbosa respondeu de maneira ríspida e
mandou o repórter "chafurdar no lixo". "Presidente, como o senhor está vendo...", perguntou Felipe. "Não estou vendo nada. Me deixa em paz, rapaz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre", respondeu Barbosa
- 6. Com Lewandowski 3
6 /11(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Dia: 12/09/12 Motivo: Lewandowski falava da importância de sefazer a "contraposição entre a acusação e a defesa" e acabou irritando Barbosa, que disparou: "Vossa Excelência está, por um acaso, insinuando que eu não fiz isso?"."Longe de mim", respondeu Lewandowski.Barbosa ainda acusou Lewandowski de fazer "jogo de intrigas" e pediu que votasse de maneira "sóbria".
- 7. Com Lewandowski 4
7 /11(José Cruz/ABr)
Data: 26/09/12 Motivo: o motivo da discussão foi a atuação de Emerson Palmieiri, ex-tesoureiro do PTB, no mensalão. Barbosainterrompeu o voto de Lewandowski e disse: "Nós, como ministros do Supremo, não podemos fazer vista grossa a respeito do que consta nos autos". Ao que o ministro respondeu: "Vossa excelência não me dirá o que tenho que fazer. E, por favor, não me dê conselhos."
- 8. Com Lewandowski 5
8 /11(Ueslei Marcelino/Reuters)
Data: 16/08/12 Motivo: A discussão começou porque Lewandowski se opôs à metodologia de realizar o julgamento por núcleos, como na denúncia, o que Barbosa defendia.Lewandowski disse que Barbosaestaria concordando com a tese do Ministério Público, de acusação.“Isso é uma ofensa. Não venha Vossa Excelência me ofender também”, retrucou Barbosa. “Como sabe da minha ótica, se jamais conversou comigo sobre isso?.
- 9. Com Gilmar Mendes
9 /11(Nelson Jr./SCO/STF)
Dia: 22/04/2009 Motivo: Ao divergirem em um julgamento no STF, Gilmar Mendes disse que Barbosa "não tem condições de dar lição a ninguém". Sem deixar barato, Joaquim Barbosa responde, pedindo respeito: "Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso".
- 10. Com Lewandowski 6
10 /11(José Cruz/Agência Brasil)
Dia: 02/08/12 Motivo: Lewandowski se mostrava a favor de desmembrar o processo a pedido do advogado de um dos réus – o que atrasaria o julgamento. Já Barbosadisse que seria “irresponsável voltar a discutir essa questão".“Me causa espécie que tratemos dessa questão agora. Isso é deslealdade”, disse Barbosa. Lewandowski retrucou: “me causa espécie que sua excelência queira impedir que eu me manifeste. Acho que é um termo forte que sua excelência está usando".
- 11. Agora, veja quanto alguns políticos merecem de confiança do mercado
11 /11(Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)