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Na Bahia, Dilma cita fala de FHC em discurso antielitista

A presidente aproveitou as falas do ex-presidente para tentar ampliar a simpatia a sua candidatura no Nordeste

Dilma: "eu não só agradeço como respeito profundamente esses cidadãos e cidadãs que votaram em mim" (Roosevelt Cassio/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 14h35.

Salvador - A declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em entrevista ao portal UOL, de que a candidatura do PT cresce com os votos "dos menos informados", de eleitores "dos grotões" do Brasil, virou combustível para o discurso antielitista da campanha da presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).

Em visita a Salvador na manhã desta quinta-feira, 9, a presidente aproveitou as falas de FHC para tentar ampliar a simpatia a sua candidatura no Nordeste - a região foi onde Dilma registrou maior vantagens sobre os adversários no primeiro turno.

"É muito grave quando querem atribuir minha votação, meu primeiro lugar nas eleições, porque as pessoas não são qualificadas, porque não são informadas, porque não sabem o que estão fazendo, essa é uma conversa velha", rebateu Dilma, em discurso para prefeitos e lideranças do partido na Bahia.

"Eu não só agradeço como respeito profundamente esses cidadãos e cidadãs que votaram em mim", comentou. "Esse voto me orgulha. Tenho muito orgulho do projeto que represento. Eles nunca tiveram um projeto para o Nordeste, nunca olharam para cá. Deixaram esta região anos a fio sem investimentos, usaram e abusaram da indústria da seca."

Indiretamente, Dilma também tentou qualificar as declarações de FHC como preconceituosas. "Nosso país é continental e uma de suas maiores forças é sua diversidade", afirmou.

"Somos uma sociedade diferente das outras, somos índios, negros, brancos, somos uma sociedade multicultural, um povo vocacionado para ter menos preconceito. Somos uma nação respeitosa, tolerante, que detesta discriminação."

A presidente também aproveitou para tentar desqualificar o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, já apontado pelo candidato tucano Aécio Neves como seu ministro da Fazenda, caso eleito, em um tema sensível à população nordestina, o salário mínimo.

"Uma coisa muito grave é quando eles implicam com o salário mínimo - e implicar com o salário mínimo é a maior característica desse senhor que foi presidente do Banco Central e agora aparece como um eventual futuro ministro da Fazenda, mas que não vai ser", disse Dilma.

"Ele não gosta do salário mínimo. Eles acham que, para resolver os problemas do Brasil, têm de diminuir o salário mínimo, dizem que o salário mínimo está recessivo. Isso é um escândalo. Essa é a típica proposta que fez com que este país quebrasse três vezes."

Medo

O governador baiano, Jaques Wagner (PT), fez coro às declarações da presidente e disse estar "com medo" da "destilaria de ódio" que a oposição estaria promovendo.

"Estou com medo, porque este país é respeitado lá fora por não ter briga religiosa, não ter briga regional, não ter brigas internas como a gente vê em outros países e eu me preocupo muito quando alguém, no desespero para ganhar uma eleição, tenta destruir o valor da paz interna deste país", alegou.

"Primeiro, destilaram ódio contra o meu partido. Agora, transferiram o ódio para os nordestinos, querendo dizer que quem vota no PT é mal informado. No tempo deles (o nordestino) era mal informado, porque aqui, hoje, tem universidades e escolas técnicas. Qual será o próximo objeto do ódio deles? Acho que, antes de tudo, temos de preservar a democracia. Não vale tudo em uma eleição."

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Em visita a Salvador na manhã desta quinta-feira, 9, a presidente aproveitou as falas de FHC para tentar ampliar a simpatia a sua candidatura no Nordeste - a região foi onde Dilma registrou maior vantagens sobre os adversários no primeiro turno.

"É muito grave quando querem atribuir minha votação, meu primeiro lugar nas eleições, porque as pessoas não são qualificadas, porque não são informadas, porque não sabem o que estão fazendo, essa é uma conversa velha", rebateu Dilma, em discurso para prefeitos e lideranças do partido na Bahia.

"Eu não só agradeço como respeito profundamente esses cidadãos e cidadãs que votaram em mim", comentou. "Esse voto me orgulha. Tenho muito orgulho do projeto que represento. Eles nunca tiveram um projeto para o Nordeste, nunca olharam para cá. Deixaram esta região anos a fio sem investimentos, usaram e abusaram da indústria da seca."

Indiretamente, Dilma também tentou qualificar as declarações de FHC como preconceituosas. "Nosso país é continental e uma de suas maiores forças é sua diversidade", afirmou.

"Somos uma sociedade diferente das outras, somos índios, negros, brancos, somos uma sociedade multicultural, um povo vocacionado para ter menos preconceito. Somos uma nação respeitosa, tolerante, que detesta discriminação."

A presidente também aproveitou para tentar desqualificar o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, já apontado pelo candidato tucano Aécio Neves como seu ministro da Fazenda, caso eleito, em um tema sensível à população nordestina, o salário mínimo.

"Uma coisa muito grave é quando eles implicam com o salário mínimo - e implicar com o salário mínimo é a maior característica desse senhor que foi presidente do Banco Central e agora aparece como um eventual futuro ministro da Fazenda, mas que não vai ser", disse Dilma.

"Ele não gosta do salário mínimo. Eles acham que, para resolver os problemas do Brasil, têm de diminuir o salário mínimo, dizem que o salário mínimo está recessivo. Isso é um escândalo. Essa é a típica proposta que fez com que este país quebrasse três vezes."

Medo

O governador baiano, Jaques Wagner (PT), fez coro às declarações da presidente e disse estar "com medo" da "destilaria de ódio" que a oposição estaria promovendo.

"Estou com medo, porque este país é respeitado lá fora por não ter briga religiosa, não ter briga regional, não ter brigas internas como a gente vê em outros países e eu me preocupo muito quando alguém, no desespero para ganhar uma eleição, tenta destruir o valor da paz interna deste país", alegou.

"Primeiro, destilaram ódio contra o meu partido. Agora, transferiram o ódio para os nordestinos, querendo dizer que quem vota no PT é mal informado. No tempo deles (o nordestino) era mal informado, porque aqui, hoje, tem universidades e escolas técnicas. Qual será o próximo objeto do ódio deles? Acho que, antes de tudo, temos de preservar a democracia. Não vale tudo em uma eleição."

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