MP denuncia motorista que matou corredor na USP
Para o Ministério Público Estadual, Luiz Machado assumiu a possibilidade de matar ao dirigir sob efeito de álcool e poderá ir a júri popular
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2014 às 10h41.
São Paulo - O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou nesta segunda-feira, 1º, o motorista Luiz Antônio Conceição Machado, que atropelou cinco pessoas no interior da Cidade Universitária , no Butantã, zona oeste de São Paulo; uma delas, o corredor Álvaro Teno, morreu. Para o MPE, Machado assumiu a possibilidade de matar ao dirigir sob efeito de álcool e poderá ir a júri popular.
A denúncia é assinada pelo promotor Rogério Leão Zagallo, que enfatiza a responsabilidade do condutor do veículo no acidente registrado no dia 16 de agosto.
"A beberagem etílica a que se submeteu o denunciado fez com que ele perdesse a plenitude de sua capacidade psicomotora e, assim, passasse a conduzir o Toyota, modelo Corolla, de maneira tresloucada e irresponsável", descreveu Zagallo.
O veículo atingiu ainda outras quatro pessoas que corriam na Cidade Universitária. Elas receberam atendimento e não correm risco de morte.
O condutor do veículo responderá por dolo eventual da morte de Álvaro Teno (situação em que o agente não deseja matar, mas assume o risco do resultado morte com seu comportamento), por quatro tentativas de homicídio e tentativa de fuga do local dos crimes.
Para o MPE, não resta dúvida de que ao decidir por dirigir após ter ingerido álcool , Luiz Antônio Conceição Machado assumiu o risco de matar pessoas.
"A somatória de circunstâncias que envolveram o evento faz com que ela seja interpretada com um ato doloso seu , eis que o agente , como dito, assumiu o risco de matar alguém, como de fato matou um cidadão e por pouco não mata outros quatro", relatou o promotor na denúncia.
Após ter sido preso temporariamente por suspeita de homicídio culposo, Machado teve a sua prisão convertida para preventiva pela Justiça e deve aguardar julgamento em reclusão. A denúncia foi encaminhada para o 5º Tribunal do Júri de São Paulo, que decidirá se aceita ou não a acusação para dar início ao processo, com apresentação de defesa do motorista.