Moro cita "esquizofrenia" ao lembrar que absolveu réu citado em mensagem
Ministro voltou dizer que não vê nada de ilícito em mensagem divulgada pela revista Veja, em que ele estaria, supostamente, orientando o MP
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de julho de 2019 às 18h37.
Última atualização em 5 de julho de 2019 às 18h38.
O ministro da Justiça, Sergio Moro , disse nesta sexta-feira, 5, não ver nada de ilícito em uma mensagem divulgada em reportagem da revista Veja, em que ele estaria, supostamente, pedindo ao Ministério Público a inclusão de uma prova no processo de um réu.
De acordo com o ministro, a mensagem teria sido entre os dia 16 ou 17 de fevereiro, sendo que no dia 19 começaria o recesso do Judiciário. "Que ilícito existe em um pedido desses?", indagou.
Segundo Moro, alguns meses depois, ele mesmo teria atendido a pedido para conceder prisão domiciliar a esta mesma pessoa devido a problemas de saúde. Essa ação teria sido, segundo ele, contra a posição do Ministério Público. Mais tarde, o ministro, que à época atuava na condição de juiz, absolveu o réu. "Se a mensagem é verdadeira e eu mesmo absolvi essa pessoa, então não é questão de parcialidade, mas, sim, de esquizofrenia" disse Moro, ao falar sobre o processo citado pela Veja, envolvendo o operador Zwi Skornicki.
Entenda
Uma nova leva de supostas conversas envolvendo o ministro foi divulgada pela revista Veja nesta sexta-feira, 5, e sugere que, quando ainda atuava como juiz federal em Curitiba, ele teria orientado procuradores da Operação Lava Jato a anexar provas para fortalecer a parte acusatória num processo.
Uma troca de mensagens pelo aplicativo Telegram de 28 de abril de 2016, a que a revista teve acesso em parceria com o site The Intercept Brasil, mostraria Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa em Curitiba, avisando à procuradora Laura Tessler que Moro o teria avisado sobre a falta de uma informação na acusação contra um réu acusado de ser um dos principais operadores de propina no esquema de corrupção da Petrobras. O réu, de acordo com a Veja, era Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a estatal.