Moreira Franco rebate declarações de Dilma a jornal
O ministro chamou as acusações contra ele de "infundadas" e insinuou que Dilma fez vista grossa ao esquema de corrupção na Petrobras
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de março de 2017 às 21h21.
Última atualização em 17 de março de 2017 às 21h50.
Brasília - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco , divulgou nota nesta sexta-feira, 17, para rebater a entrevista da ex-presidente Dilma Rousseff ao jornal Valor Econômico.
Moreira chamou as acusações contra ele de "infundadas", insinuou que Dilma fez vista grossa ao esquema de corrupção na Petrobras e disse que o governo da petista deixou um legado de 12 milhões de desempregados.
Na nota, o ministro afirmou que o governo Dilma atraía empresas "amigas" e afastava investidores.
"O nosso (governo) atraiu os maiores operadores estrangeiros de aeroportos. Só ontem (quinta-feira) arrecadamos mais de R$ 3 bilhões", escreveu ele.
O chefe da Secretaria-Geral da Presidência citou mais alguns pontos de diferença entre os dois governos, antes de mencionar o escândalo na Petrobras.
"Mas foi como presidente do Conselho de Administração da Petrobras e da República que ela (Dilma) se superou, dizendo não conhecer o saque feito à empresa. Isso diferencia corrupção de trabalho e competência", afirmou o ministro.
"Certamente por isso eu não tenha ficado em seu governo."
Moreira também destacou o atraso na transposição do rio São Francisco durante a gestão petista e disse que, em seis anos, Dilma não conseguiu entregar as obras, enquanto o governo Michel Temer entregou "em seis meses".
Na entrevista ao Valor, Dilma disse que impediu Moreira de "roubar" quando ele integrava o seu governo.
O peemedebista foi ministro da Aviação Civil e comandou a Secretaria de Assuntos Estratégicos. "O Gato Angorá (Moreira Franco) tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar (...). É literal isso: eu não deixei o Gato Angorá roubar na Secretaria de Aviação Civil", afirmou a ex-presidente.
"Gato Angorá" era o apelido de Moreira nas tratativas com a Odebrecht, segundo a delação do ex-executivo da companhia Cláudio Melo Filho.
Cabo de guerra
No ano que antecede as eleições presidenciais de 2018, o São Francisco virou um cabo de guerra entre o PMDB e o PT. Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva argumentam que as obras foram iniciadas no governo petista.
Os dois visitarão o Eixo Leste da transposição no próximo domingo, 19, acompanhados do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT), além de senadores e deputados do PT e de outros partidos de oposição.