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Ministro é cauteloso sobre envolvimento do PT na Lava Jato

José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, foi cauteloso sobre o suposto envolvimento do PT no caso de corrupção investigado pela Operação Lava Jato

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo: "não se pode fazer especulações políticas como investigações” (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 19h48.

Brasília -O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a adotar hoje (5) discurso cauteloso sobre o suposto envolvimento do PT no recebimento de propina no esquema investigado pela Operação Lava Jato .

Segundo ele, os depoimentos de executivos da empresa Toyo Setal não provam que a campanha de Dilma Rousseff à Presidência, em 2010, foi alimentada com dinheiro ilegal.

“Não está claro que [a propina paga por empresas] teria sido destinada à campanha da Dilma em 2010 ou para o governador A, B, C, D ou Y. Ou seja, de onde se tira isso? Não se pode fazer especulações políticas como investigações”, salientou Cardozo.

O ministro defendeu as investigações e o trabalho da Polícia Federal (PF) e da Justiça, que “irá julgar, amanhã ou depois, se algum partido estiver envolvido”.

Ele revelou que vê com ressalva os conteúdos das delações premiadas, que classificou como importantes, mas não irrefutáveis. “Delações premiadas não são necessariamente provas irrefutáveis. São importantes, porque servem como pauta de investigação. Podem se confirmar ou não”.

Na quarta-feira (3), a Justiça Federal liberou o conteúdo das delações premiadas de Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto, executivos da empresa Toyo Setal.

Eles detalharam ao Ministério Público Federal (MPF) o funcionamento do esquema e informaram o pagamento de R$ 154 milhões em propinas a pessoas apontadas como operadores do PT e PMDB na Petrobras.

À Justiça, os executivos da Toyo Setal disseram que o dinheiro da propina serviu para formação de cartel, que envolvia as principais empreiteiras do país na realização de obras em seis projetos da Petrobras. Parte do dinheiro seria repassado a partidos políticos .

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

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    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesMinistério da Justiça e Segurança PúblicaOperação Lava JatoPartidos políticosPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

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