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Ministro do Turismo diz ao Senado que se sente "injustiçado" por denúncias

Marcelo Álvaro Antônio depôs aos senadores sobre seu envolvimento com candidaturas-laranja do PSL em MG

Marcelo Álvaro: "Não há nenhuma comprovação que eu tivesse envolvimento ou sequer ciência do que estava ocorrendo no partido", disse o ministro (Geraldo Magela/Agência Senado)
AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 13h42.

Brasília — O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio , disse nesta terça-feira (22) que se sente "injustiçado" por ter sido denunciado pelo Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais por crimes envolvendo candidaturas-laranja do PSL no estado em 2018, quando estava à frente do diretório estadual do partido.

"Não há nenhuma comprovação que eu tivesse envolvimento ou sequer ciência do que estava ocorrendo no partido, onde, segundo a autoridade policial, há indícios de algumas irregularidades", afirmou.

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E acrescentou: "Me sinto injustiçado nesse indiciamento, mas continuo confiando no trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público. Continuando confiando na Justiça que vai ser o melhor âmbito para provar minha total inocência nesse caso".

O ministro deu a declaração na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor na condição de convocado, depois de faltar a uma primeira audiência para a qual havia sido convidado.

No início do mês, o Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais denunciou Marcelo Álvaro Antônio e mais 10 pessoas. Segundo a denúncia, foram cometidos os crimes de falsidade ideológica, de apropriação indébita eleitoral e de associação criminosa.

Marcelo Álvaro Antônio negou a existência de candidaturas-laranja do PSL em Minas Gerais em 2018. Segundo ele, os candidatos e as candidatas fizeram de fato campanhas políticas. "Realmente, o PSL em Minas Gerais não teve essa prática de candidaturas-laranja".

Investigações

No início de outubro, o Ministério Público de MG indiciou o ministro e mais dez pessoas pelo caso das candidaturas-laranja nas eleições de 2018. A PF afirma que o então presidente do PSL em Minas Gerais tinha controle sobre o repasse de recursos do fundo partidário.

A denúncia aponta que o ministro articulou um esquema de candidaturas femininas. Por lei, cada partido deve garantir o mínimo de 30% de candidatas do sexo feminino.

O esquema do PSL, segundo a PF, se baseava em apresentar candidatas sem ter a intenção delas serem eleitas apenas para acessar recursos exclusivos do fundo eleitoral.

Ele foi indiciado por suspeita de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. Em nota enviada à imprensa, o Ministério do Turismo afirmou que a inocência de Álvaro Antônio será comprovada durante a investigação.

Para a PF, a candidatura do hoje ministro a deputado federal em 2018 foi uma das principais beneficiadas pelo esquema. Marcelo Álvaro era presidente do partido em Minas nas eleições do ano passado. Pelo menos R$ 192.950,00 foram desviados no esquema conforme a promotoria.

As investigações começaram em fevereiro após uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Em abril, a deputada federal Alê Silva (PSL-MG) revelou que o ministro aameaçou de morte durante uma reunião com correligionários, no fim de março, em Belo Horizonte.

A parlamentar prestou depoimento espontâneo à PF explicando o esquema de candidaturas, que ela confirma ter sido comandado por Álvaro Antônio.

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