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Ministro da Educação diz que universidades federais plantam maconha

Abraham Weintraub afirmou a jornal que há no campus "laboratórios de droga sintética, de metanfetaminas" porque a polícia não pode entrar no local

Abraham Weintraub: "Foi criada uma falácia que as universidades federais precisam ter autonomia". (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
TL

Tais Laporta

Publicado em 23 de novembro de 2019 às 09h54.

Última atualização em 23 de novembro de 2019 às 09h54.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub , disse ao site "Jornal da Cidade Online" que há universidades federais com "plantações extensivas de maconha", que seriam grandes a ponto de ter borrifadores de agrotóxico. Ainda segundo ele, há laboratórios de química que estão "desenvolvendo laboratórios de droga sintética, de metanfetaminas" porque a polícia não pode entrar nos campus.

 

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Entre suas publicações no Twitter ontem, Weintraub colocou uma reportagem do site "R7", falando da prisão em maio de cinco pessoas no campus da UFMG em Belo Horizonte por tráfico e produção de drogas.

"Foi criada uma falácia que as universidades federais precisam ter autonomia. Justo, autonomia de pesquisa, ensino. Só que essa autonomia acabou se transfigurando em soberania. Então, o que você tem? Você tem plantações de maconha mas não são três pés de maconha, são plantações extensivas", afirmou Weintraub ao Jornal da Cidade Online.

Também chamou as universidades de "madrassas de doutrinação", em referência às escolas islâmicas. Desde que assumiu o cargo em abril, Weintraub protagoniza uma série de polêmicas com professores e alunos.

Além de sucessivas acusações sobre "balbúrdia" e "doutrinação" nas faculdades, ele tem apontado suposto excesso de gastos nas instituições e foi alvo de protestos após bloquear verbas - o dinheiro só foi liberado meses depois.

Em nota, a Andifes, associação que reúne os reitores das federais, disse que as instituições são sempre "objeto dos ataques" e da "retórica agressiva" do ministro. Conforme a entidade, Weintraub "ultrapassa todas as fronteiras" com a declaração, "ofendendo a um só tempo toda a comunidade acadêmica e a fé muçulmana".

A Associação Nacional de Pós-Graduandos disse que o titular do MEC "mente, acusa sem provas, desrespeita a universidade, a produção científica e a comunidade acadêmica". Ontem, o presidente Jair Bolsonaro negou os rumores de que planeja trocar o ministro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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