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Ministério Público Federal denuncia diretores do Banco Rural

Executivos da instituição financeira são acusados de enviar ilegalmente para o exterior US$ 4,8 bilhões entre 1996 e 2000

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2013 às 20h04.

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quinta-feira (7/7) seis diretores do Banco Rural e um ex-funcionário da instituição por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e evasão de divisas que totalizariam 4,8 bilhões de dólares entre 1996 e 2000. Caberá ao juiz da 4ª Vara Federal de Minas Gerais analisar os argumentos do MPF e determinar ou não a abertura de processo criminal. Ontem, a justiça federal de São Pauloabriu processocontra o dono do Banco Santos, Edemar Cid Ferreira, e outros 18 ex-diretores.

A acusação do MPF reaviva suspeitas levantadas à época da Comissão Parlamentar de Inquérito (a CPI do Banestado) que investigou denúncias de evasão de divisas através das contas CC5, criadas pelo Banco Central para o envio identificado de recursos ao exterior. A comissão encerrou o trabalho em dezembro do ano passado em meio a um impasse político entre governistas e oposicionistas que impediu até mesmo a votação do relatório final -- que não mencionava o Banco Rural alegando falta de provas.

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No caso do "mensalão", o ex-vice-presidente do Banco Rural, José Augusto Dumont, morto ano passado em um acidente de carro, foi citado por relacionar-se com o relator da CPI do Banestado, deputado federal José Mentor (PT/SP) e com Marcos Valério, que atuou como lobista da instituição financeira junto ao BC. Valério é suspeito de fazer pagamentos em dinheiro, o chamado "mensalão", para deputados em troca de apoio ao governo federal. O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirmou na CPI dos Correios que a agência do Banco Rural em um shopping de Brasília foi utilizada para a distribuição do mensalão.

Em nota, a direção do banco afirma que a relação entre o PT e a instituição se resume a operações legais que não podem ser detalhadas por causa do sigilo bancário. Mas também admite "contatos iniciais" com a cúpula do PT para tratar da criação do Banco do Trabalhador. A direção do Banco Rural explica no comunicado que Valério era amigo pessoal do falecido vice-presidente da instituição, além de ser cliente e prestador de serviços do banco.

Ontem a Comissão Parlamentar Mista dos Correios encaminhou a vários bancos -- entre eles o Rural -- requerimento para que informem todas as movimentações superiores a 100 mil reais em favor das empresas SMP&B Comunicação e a DNA Propaganda, de propriedade de Marcos Valério.

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