Exame Logo

Secretaria de BH investiga relação de 2ª morte com cerveja contaminada

O caso é tratado como mais uma ocorrência de intoxicação de consumidores da cerveja pilsen Belorizontina, da Backer

(Pixabay/Reprodução)
AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de janeiro de 2020 às 14h53.

Última atualização em 14 de janeiro de 2020 às 15h18.

A Secretaria de Saúde de Pompéu (MG), a cerca de 170 quilômetros de Belo Horizonte , informou hoje (14) que uma mulher internada em um hospital da cidade com sintomas da síndrome neufroneural - que a Polícia Civil atribui ao consumo da cerveja pilsen Belorizontina, da Backer -, morreu no dia 28 dezembro.

A secretaria municipal trata o caso como mais uma ocorrência de intoxicação de consumidores da cerveja pela substância tóxica o dietilenoglicol, utilizada em sistemas de refrigeração devido a suas propriedades anticongelantes. A substância já foi encontrada em três lotes da cerveja Belorizontina.

Veja também

Em nota, a secretaria municipal afirma que a mulher, cujo nome não foi divulgado, esteve em Belo Horizonte entre os dias 15 e 21 de dezembro. Segundo parentes da vítima, ela teria consumido a cerveja Belorizontina, da Backer, durante este período.

Se confirmado que a morte está associada à ingestão da cerveja, este será o segundo óbito decorrente da intoxicação pela bebida.

Além disso, trata-se da segunda mulher a apresentar os sintomas da síndrome nefroneural - insuficiência renal aguda de evolução rápida (ou seja, que leva a pessoa a ser internada em até 72 horas após o surgimento dos primeiros sintomas) e alterações neurológicas centrais e periféricas que podem provocar paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, alteração sensório, paralisia, entre outros sintomas.

Consultada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais afirma que ainda não foi oficialmente notificada da ocorrência. Por isso, segue contabilizando apenas uma morte entre os 17 casos de internação já notificados. A secretaria de saúde de Pompéu afirma que já notificou o caso ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-MG).

Cervejaria Backer

Desde que as suspeitas de contaminação das cervejas Belorizontina vieram a público, a cervejaria Backer afirma que não utiliza dietilenoglicol em sua fábrica. Em nota divulgada nesta segunda-feira (13), a Backer promete prestar a ajuda necessária aos pacientes e suas famílias.

"A empresa prestará o suporte necessário, mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio. Desde já, se coloca à disposição para o que eles precisarem", informa a cervejaria, garantindo colaborar, "sem restrições", com as investigações. E tomando as medidas necessárias à apuração do que aconteceu. "Na semana passada, solicitamos uma perícia independente e aguardamos pelos resultados."

Ministério da Agricultura

Ontem o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento determinou que a Cervejaria Backer retire de circulação todas as suas cervejas e chopes produzidos desde outubro do ano passado até o dia 13 do mês corrente. A suspensão da venda se manterá até que fique assegurado que os outros produtos da Backer não estão contaminados. "A medida é para preservar a saúde dos consumidores", informou o ministério.

Investigação

A Polícia Civil não descarta nenhuma hipótese, nem mesmo a suspeita de que um ex-funcionário demitido pela Backer possa ter agido por vingança. "Não posso afirmar se foi uma sabotagem ou um erro. Ainda não é o momento da investigação para isso", disse o delegado Flávio Grossi. "Hoje, o que afirmamos é que os elementos tóxicos encontrados nas garrafas [de cerveja], no sangue das vítimas e dentro das empresas [provém] de produtos em comum. Crime acreditamos que houve. Por isto instauramos um inquérito policial", disse o delegado.

Acompanhe tudo sobre:CervejasMinas GeraisMortes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame